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Candidato populista Viktor Orban é o favorito nas eleições da Hungria

Segundo as pesquisas dos institutos do país, o partido Fidesz, de Orban, não perderá no domingo e estima-se que conquiste entre 46% e 51% dos votos

Agência France-Presse
postado em 05/04/2014 16:03
Budapeste - Os partidos húngaros redobravam seus esforços neste sábado (5/4) para mobilizar os eleitores, na véspera das legislativas nas quais a vitória parece destinada ao partido do conservador Viktor Orban. "Sei que somos favoritos", declarou Viktor Orban, de 50 anos, em seu ato de encerramento de campanha neste sábado em Debrecen (leste). Mas "a partida começa às 06h00 (de domingo) com 0-0 no placar. A única coisa que conta é o que acontece entre as 06h00 e as 19h00", disse este apaixonado por futebol, que insistiu nos últimos dias na mobilização de seus partidários, temendo que considerem a vitória garantida e decidam não ir votar.

Já a esquerda encerrou a campanha de maneira morna, diante da pequena chance de vitória. "Vamos vencer e poderemos voltar a respirar, recuperar a liberdade", garantiu Ferenc Gyurcsany, ex-primeiro-ministro socialista (2006-2009) e uma das figuras de destaque da aliança da esquerda, diante de 200 pessoas reunidas em um bairro do período comunista em Budapeste.

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Mas, segundo as pesquisas dos cinco grandes institutos, o partido Fidesz, de Orban, não perderá no domingo. Estima-se que ele conquiste entre 46% e 51% dos votos, enquanto a mal organizada aliança da esquerda deve obter entre 21% e 31%. "As pesquisas não me importam, as pessoas temem expressar sua opinião", afirmou à AFP Attila Mesterhazy, candidato socialista ao posto de primeiro-ministro.

O partido de extrema-direita Jobbik, que suavizou sua imagem com algum êxito, alcança entre 15% e 21% das intenções de voto. Graças a sua maioria de dois terços dos deputados, o partido Fidesz promulgou mais de 850 leis desde 2010 e conquistou todas as instituições do país, dos meios de comunicação à justiça, além da economia e da cultura.

Esse avanço não foi contido nem pelas manifestações populares de 2011 e 2012, nem pelas advertências de Bruxelas. Como resultado, a Hungria, país membro da União Europeia desde 2004, vive uma polarização que não existia desde a época comunista. O Fidesz se apossou dos símbolos nacionais e quem está contra ele acaba sendo praticamente acusado de trair o país.

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