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Maduro condena violência contra estudantes da Universidade da Venezuela

"Eu não vou aceitar grupos armados aqui, de nenhum tipo, quero que fique claro. O nosso povo está em paz, construindo a pátria", disse

Agência France-Presse
postado em 06/04/2014 15:19

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse hoje (6) que não vai tolerar a ação violenta de grupos armados no país e condenou o incidente da última quinta-feira (3) em que vários estudantes foram espancados, atacados, roubados e despidos na Universidade Central da Venezuela (UCV) por um grupo de pessoas encapuzadas.

[SAIBAMAIS]"Eu não vou aceitar grupos armados aqui, de nenhum tipo, quero que fique claro. O nosso povo está em paz, construindo a pátria", disse durante discurso transmitido pelo canal estatal Venezuelana de Televisão. Ele voltou a pedir o desarmamento da população. "Ninguém tem que ter uma pistola. Ninguém tem justificativa para ter uma pistola", destacou.

Na quinta-feira, pelo menos sete estudantes da (UCV) foram feridos, após o ataque de um grupo de motociclistas armados. De acordo com representantes estudantis e a imprensa local, os estudantes foram atacados ao mesmo tempo em que a Guarda Nacional Bolivariana impedia a realização de uma marcha que sairia da Universidade até a empresa estatal Petróleos Venezuela SA.

Nas redes sociais, estudantes também relataram e postaram fotos dos agressores com capuz e alguns usavam camisetas com identificação do Partido Socialista Unido da Venezuela. Durante o tumulto quatro fotógrafos de jornais venezuelanos tiveram equipamentos roubados e uma jornalista do canal mexicano Televen, foi ameaçada.

Em entrevista coletiva após o ataque, o presidente da Federação de Centros Universitários, Juan Requesens; a reitora da UCV, Cecília Arocha; e o presidente da Associação de Professores Universitários, Víctor Márquez, afirmaram que a ação dos encapuzados ocorreu impunemente ;diante dos olhos" das autoridades policiais.

;A Guarda Bolivariana foi incapaz de deter a violência dos indivíduos que atacaram o grupo que possuía armas;, informou o representante dos centros universitários. Segundo ele também há informações de que um estudante está desaparecido.

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Há quase dois meses são registrados protestos diários em várias regiões da Venezuela que, de acordo com dados oficiais, causaram 39 mortos, 608 feridos e 81 denúncias de violações de Direitos Humanos.

O Governo venezuelano insiste que os protestos e a violência são resultado da ação direta de grupos de extrema-direita, que buscam ;um golpe de Estado continuado" contra o presidente Nicolás Maduro e culpa a oposição pela violência. Entretanto, opositores e estudantes afirmam que os ataques são provenientes de grupos paramilitares ligados ao governo.

Em março, a União das Nações Sul-americanas (Unasul) enviou uma comissão ao país e já foram realizadas conferências de paz por parte do governo, mas os protestos e a tensão polarizada continuam. Outros organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União Europeia, também pedem que o governo Maduro dialogue com a oposição.

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