Beirute - Um homem matou a tiros nesta segunda-feira (7/4) um sacerdote jesuíta holandês, Frans van der Lugt, que vivia há décadas na cidade de Homs, no centro da Síria, anunciou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). O sacerdote, de 75 anos, havia decidido permanecer na parte antiga de Homs, sitiada e bombardeada pelas forças do regime sírio de Bashar al-Assad.
O OSDH, uma ONG que se informa através de uma ampla rede de militantes, não pôde informar o motivo do assassinato deste sacerdote, que chegou à Síria em 1966. "O povo sírio me deu muito, muita amabilidade, muita inspiração e tudo o que possuo. Agora que sofre devo compartilhar sua pena e suas dificuldades", explicou à AFP em fevereiro através da internet.
"Sou o único sacerdote e o único estrangeiro que resta. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim um árabe entre os árabes", declarou sorridente. "Temos muito pouca comida. As pessoas nas ruas têm o rosto cansado e amarelo (...) Há fome, mas o povo também tem sede de uma vida normal.
O ser humano não é apenas estômago, também tem coração, e as pessoas precisam ver seus familiares", explicou. Poucos dias depois, 1.400 pessoas puderam ser retiradas da parte antiga de homs em virtude de um acordo entre o regime e os rebeldes negociado pela ONU, mas este homem de olhos vivos optou mais uma vez por ficar.