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Vaticano confirma assassinato de sacerdote jesuíta holandês na Síria

O padre Van der Lugt foi assassinado nesta manhã em Homs

Agência France-Presse
postado em 07/04/2014 11:00
Cidade do Vaticano - Morreu "um homem de paz", declarou nesta segunda-feira (7/4) o Vaticano ao confirmar o assassinato do sacerdote jesuíta holandês Frans van der Lugt em Homs, centro da Síria, onde vivia há décadas. "O padre Van der Lugt foi assassinado nesta manhã em Homs", declarou à AFP o padre Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano.

[SAIBAMAIS]"Segundo o testemunho de seus confrades, foi levado por homens armados que o espancaram e mataram com dois tiros na cabeça", declarou à AFP Lombardi. Com a explosão da guerra civil na Síria, Van der Lugt, de 75 anos, optou por permanecer na parte antiga de Homs sitiada e bombardeada pelas forças do presidente sírio Bashar al-Assad.

"Assim morreu um homem de paz que, com uma grande valentia, em uma situação extremamente arriscada e difícil, quis continuar sendo fiel ao povo sírio, a quem deu há muito tempo sua vida e sua ajuda espiritual", acrescentou Lombardi. "Onde o povo morre, morrem também com ele os fiéis pastores", acrescentou o porta-voz jesuíta do papa Francisco.

"Neste momento de grande dor, expressamos nosso grande orgulho e gratidão de ter tido um irmão tão próximo dos que sofriam mais, no testemunho do amor de Jesus até o fim", disse Lombardi. Os jesuítas do Oriente Médio afirmaram que o assassinato ocorreu "em frente a nossa residência em Homs".



"O povo sírio me deu muito, muita amabilidade, muita inspiração e tudo o que possuo. Agora que sofre devo compartilhar sua pena e suas dificuldades", explicou o sacerdote à AFP em fevereiro através da internet.

"Sou o único sacerdote e o único estrangeiro que resta. Mas não me sinto um estrangeiro, e sim um árabe entre os árabes", declarou sorridente. "Temos muito pouca comida. As pessoas nas ruas têm o rosto cansado e amarelo (...) Há fome, mas o povo também tem sede de uma vida normal. O ser humano não é apenas estômago, também tem coração, e as pessoas precisam ver seus familiares", havia explicado na época.

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