Agência France-Presse
postado em 07/04/2014 12:36
As famílias das vítimas do acidente do voo da Air France 447 entre Rio para Paris em 2009 exigiram, em uma carta ao presidente francês, a rápida implementação das recomendações do Bureau Francês de Investigações e Análise (BEA) para melhorar os sistemas de localização de aviões perdidos no mar.Um mês após o desaparecimento do voo MH370 da Malaysia Airlines, no Oceano Índico, "constatamos com grande amargura que, finalmente, desde 1; de junho de 2009 (data do acidente voo AF447 sobre o Atlântico), nada foi feito para melhorar a localização de uma aeronave em perigo acima do mar", lamentou a associação "Ajuda Mútua e Solidariedade AF447", que entregou uma cópia de sua carta à AFP.
Ela lembrou que o BEA recomendou, depois do acidente do AF447, "o monitoramento em tempo quase real da posição das aeronaves em regiões oceânicas e áreas desabitadas", "estender a emissão de sinais de rádio e ultra-som em três meses, em vez de um mês" e "impor sistemas mais modernos para facilitar a localização dos aviões".
Quando as famílias das vítimas foram recebidas em junho de 2012 pelo ex-ministro dos Transportes francês Frédéric Cuvillier, "este se comprometeu a fazer tais recomendações da BEA obrigatórias" a todas as companhias, acrescentou a organização.
Quase cinco anos após o acidente, "somos forçados a constatar com tristeza que este desastre não serviu absolutamente para nada, porque as famílias de voo MH370 experimentam hoje os mesmos eventos dramáticos".
"Exasperados por esta inação do governo", as famílias das vítimas do Rio-Paris pedem o presidente francês François Hollande para "intervir firmemente e o mais rápido possível junto as autoridades francesas da Aviação (DGAC), europeias (EASA) e globais (ICAO)", "para finalmente tornar essas recomendações obrigatórias, o mais rapidamente possível".
Os destroços do Airbus A330 da Air France foram localizados em abril de 2011, quase dois anos após o acidente, que causou 228 vítimas. O avião desapareceu em uma área não coberta pelos radares e mergulhou a 3.900 metros de profundidade.
Um mês depois do desaparecimento do voo MH370, no Oceano Índico, ainda não se sabe sua localização. A Austrália anunciou a detecção de novos sinais acústicos "compatíveis" com sinais ultra-sônicos emitidos pelas caixas-pretas.