Agência France-Presse
postado em 08/04/2014 14:37
Pequim - O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, e altos líderes militares chineses se acusaram mutuamente de serem os responsáveis pela tensão na região em reuniões realizadas nesta terça-feira (8/4) em Pequim.As duas grandes potências militares discordam em muitas questões - disputas territoriais entre a China e seus vizinhos, a Coreia do Norte e a espionagem cibernética - e até mesmo sobre seu desejo proclamado de diálogo.
Hagel enfrentou um auditório hostil de oficiais do Exército Popular de Libertação (EPL). Um deles afirmou que os Estados Unidos temiam o aumento do poder da China e acusou os americanos de provocar tensões na região para "incomodar" Pequim porque "a China se tornará em breve desafio muito grande para os Estados Unidos".
Pouco antes, o vice-presidente da Comissão Militar Central, o general Fan Changlong, transmitiu a insatisfação "do povo chinês" pelas declarações do chefe do Pentágono durante seu giro pela Ásia, de acordo com a agência oficial de notícias Nova China.
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O porta-voz de Hagel confirmou que "as duas partes tiveram uma troca de pontos de vista muito direta". No domingo, Hagel havia advertido Pequim contra qualquer ação unilateral para resolver suas disputas territoriais.
Em um discurso na Universidade de Defesa Nacional do EPL ele também criticou a China por seu apoio à Coreia do Norte. E em um contexto de tensões territoriais entre a China e o Japão e entre a China e as Filipinas, Hagel reiterou o apoio de Washington a esses dois países. "Nosso compromisso com nossos aliados na região é inabalável".
O ministro da Defesa chinês, o general Chang Wanquan, acusou o Japão e as Filipinas de provocar as tensões e exortou Washington a moderar seus aliados.
Em uma coletiva de imprensa conjunta, ele declarou que a "soberania chinesa é indiscutível" nas ilhas disputadas por Pequim e Tóquio.