Agência France-Presse
postado em 08/04/2014 17:38
Os Estados Unidos comunicaram ao Irã nesta terça-feira (4/4) que o embaixador anunciado por Teerã para representar o país na ONU não é viável, informou a Casa Branca.O governo de Barack Obama divulgou sua posição depois de o Irã ter confirmado a escolha de Hamid Abutalebi para a organização. Ele é rejeitado por Washington por sua suposta participação na tomada de reféns na embaixada americana em Teerã, em 1979.
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que a designação ainda não é um fato e que seu governo alertou o Irã, de todas as maneiras, de que seu representante "não é viável".
Na segunda-feira, o Senado americano decidiu que proibirá a concessão de um visto de entrada no país para Abutalebi.
O incidente acontece em um período de relativa calma em muito tempo entre os dois países. Ambos romperam relações há mais de 30 anos, depois da Revolução Islâmica de 1979. Em novembro passado, as potências ocidentais, incluindo os Estados Unidos, assinaram um acordo provisório com o Irã sobre o polêmico programa nuclear da República Islâmica.
A princípio, os Estados Unidos são obrigados a conceder vistos aos diplomatas que trabalham na Organização das Nações Unidas, que tem sua base em Nova York. O Departamento de Estado americano sempre se reservou o direito, porém, de contemplar "exceções" em "determinadas circunstâncias".
Leia mais notícias em Mundo
A porta-voz-adjunta do Departamento de Estado, Marie Harf, disse na semana passada que seu país havia manifestado a Teerã suas "preocupações" a respeito da designação de Abutalebi.
O diplomata, que ocupou cargos nas representações do Irã na Austrália, na Itália e na Bélgica, é considerado ligado aos setores reformistas de seu país e ao presidente moderado Hassan Rohani. Atualmente, ele lidera o Escritório de Assuntos Políticos da Chancelaria.
Eleito em junho de 2013, Rohani prometeu apaziguar as tensões com os países ocidentais, sobretudo, no terreno nuclear.
Abutalebi negou reiteradamente sua participação na tomada de reféns de novembro de 1979, quando estudantes que derrubaram o xá, favorável ao Ocidente, ocuparam a embaixada dos Estados Unidos.
Ele alega que atuava como tradutor quando os estudantes, pouco depois da invasão à embaixada, libertaram 13 mulheres e afro-americanos. Os outros 52 reféns permaneceram retidos por 444 dias.