postado em 09/04/2014 06:00
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, acusou ontem a Rússia de enviar agentes e forças especiais ao leste da Ucrânia para fortalecer movimentos separatistas na região e desestabilizar o governo pró-ocidental de Kiev. ;Está claro que agentes (russos) foram os catalisadores por trás do caos das últimas 24 horas. Alguns foram presos e expostos;, afirmou ao Senado americano, em referência à tomada de prédios do governo em Donetsk e mais duas cidades próximas. Segundo Kerry, a ação do Kremlin pode servir de pretexto para uma intervenção militar, do mesmo modo como ocorreu na península separatista da Crimeia, que acabou anexada ao território russo. Apesar das acusações, o secretário deve se encontrar na próxima semana com o chanceler russo, Serguei Lavrov, e com representantes da Ucrânia e da União Europeia (UE).
Kerry considerou o suposto envolvimento da Rússia no país vizinho ;ilegal e ilegítimo;, e afirmou que a Casa Branca está pronta para impor novas sanções econômicas a Moscou caso o presidente Vladimir Putin continue a apoiar a revolta separatista. ;A Rússia tem a escolha de trabalhar com a comunidade internacional, para ajudar a construir uma Ucrânia independente, ou encarar um isolamento maior;, observou. Mais cedo, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan, aliança militar ocidental), Anders Fogh Rasmussen, pediu que o Kremlin reduza o contingente militar deslocado para a fronteira e alertou sobre o ;preço; de uma invasão. ;Se a Rússia optar por intervir ainda mais na Ucrânia, será um erro histórico. Terá graves consequências em nossa relação e isolará a Rússia;, indicou Rasmussen.
Diante da desconfiança do Ocidente, o governo russo alegou estar disposto a dialogar multilateralmente sobre a escalada de tensões no leste ucraniano. Lavrov, porém, pediu que as regiões ucranianas de língua russa sejam representadas. ;Será impossível acalmar a situação se as autoridades de Kiev ignorarem os interesses da população das regiões sul e leste;, afirmou. Segundo o gabinete da alta representante da UE para Política Externa, Catherine Ashton, o encontro da próxima semana com os chefes diplomáticos dos EUA, da Rússia e da Ucrânia discutirá medidas para amenizar a crise.
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