Agência France-Presse
postado em 09/04/2014 12:12
Havana - Cuba declarou nesta quarta-feira (9/4) que o estado de saúde do americano Alan Gross, um funcionário da Usaid preso em Cuba desde 2009 e que declarou greve de fome, é estável, e reiterou sua disposição de dialogar com Washington sobre o caso.[SAIBAMAIS]"Alan Gross apresenta boas condições físicas e sua saúde é normal e estável", indicou a diretora para os Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Josefina Vidal, em um comunicado. Vidal acrescentou que o americano "recebe tratamento para as doenças crônicas próprias de sua idade", mas não se pronunciou sobre a greve de fome que Gross, de 64 anos, iniciou em 3 de abril, em protesto contra o tratamento recebido "dos governos de Cuba e dos Estados Unidos", de acordo com seu advogado Scott Gilbert.
O americano, na época funcionário da Agência Americana de Ajuda ao Desenvolvimento (Usaid), foi detido em Cuba ao transportar equipamentos de telecomunicações sofisticados supostamente destinados a uma comunidade judaica cubana. No entanto, investigações da imprensa revelaram na semana passada que a Usaid estava criando uma rede social em Cuba, usando empresas de fachada para promover a troca de informações entre os cubanos por meio de celulares.
Apesar de não ter sido confirmado que o americano realmente distribuía os equipamentos tecnológicos para a rede social montada pela Usaid, Gilbert declarou que a decisão de seguir em frente com o projeto após a detenção de Gross foi "chocante". "Uma vez que Alan foi preso, é chocante ver que a USAID colocou em risco a sua segurança ao lançar esta operação secreta em Cuba", disse Gilbert.
Vidal indicou por sua vez que Havana "reitera sua disposição em buscar, de forma conjunta com o governo americano, uma solução para o caso de Gross".