Agência France-Presse
postado em 09/04/2014 16:42
Havana - Cuba planeja criar suas próprias redes sociais para combater as ações de plataformas como o "Zunzuneo", criadas pelo governo dos Estados Unidos com finalidades "subversivas" contra a ilha, informou uma autoridade cubana."Nossa ideia é que ninguém tenha que inventar um serviço para os nossos usuários", mas que "a empresa possa fornecer todos os serviços possíveis para evitar coisas do tipo", declarou o chefe do Departamento de Segurança da companhia estatal de telecomunicações Etecsa, Daniel Ramos.
A Etecsa tem "um plano bastante abrangente" para oferecer diferentes tipos de "serviços", acrescentou Ramos em entrevista coletiva.
O Zunzuneo foi implementado em 2009 pela Usaid, uma agência do governo americano que financia programas sociais em países em desenvolvimento, como uma plataforma alternativa para troca de mensagens com o objetivo de desestabilizar o governo cubano, segundo revelaram em 3 de abril investigações da imprensa em Washington.
Essa rede, destinada à distribuição de mensagens por celular, chegou a ter 68.000 membros, de acordo com a Usaid, que nega tê-la criado como parte de uma operação secreta.
O serviço encerrou suas operações em 2012, por falta de financiamento.
Ramos afirmou que o Zunzuneo, como outra rede similar chamada Piramideo, ainda está ativo. Ele "foi criado para atacar as redes cubanas", denunciou, acrescentando que a Etecsa investiga a forma com que essas plataformas acessam bancos de dados de clientes da empresa.
A "Etecsa condena o uso ilegal dos serviços de telecomunicações contra suas redes de usuários", declarou, após indicar que "todos esses eventos provocam a sobrecarga da capacidade da rede de telefonia móvel de Cuba", "ameaçando a qualidade do serviço".
Cuba exige que os Estados Unidos "parem suas ações ilegais e clandestinas" contra a ilha, afirmou, reagindo às revelações sobre o Zunzuneo.
Em uma audiência diante de uma comissão do Senado dos Estados Unidos nesta terça-feira, o diretor da Usaid, Rajiv Shah, foi duramente criticado por legisladores pelas revelações de que a sua agência havia implementado uma rede social em Cuba com empresas de fachada.