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EUA lamentam decisão israelense de limitar contatos com palestinos

"Certamente estamos cientes deste anúncio e o consideramos infeliz", disse a porta-voz do departamento de Estado Jen Psaki

Agência France-Presse
postado em 09/04/2014 19:46
A porta-voz do departamento de Estado Jen Psaki classificou como
Washington
- Os Estados Unidos qualificaram nesta quarta-feira (9/4) de "infeliz" a ordem do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de limitar os contatos dos membros do seu gabinete com seus homólogos palestinos. "Certamente estamos cientes deste anúncio e o consideramos infeliz", disse a porta-voz do departamento de Estado Jen Psaki, enquanto seu chefe, John Kerry, se reunia com o ministro israelense das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman.

Os ministros israelenses receberam ordem de limitar os contatos com os colegas palestinos, exceto para questões de segurança e diplomacia. "Em resposta às violações palestinas das promessas feitas dentro das negociações de paz, os ministros do governo israelense receberam o pedido para que se abstenham de reuniões com os colegas palestinos", informou uma fonte do governo de Israel.

[SAIBAMAIS]A fonte, que pediu anonimato, fez uma referência aos pedidos de adesão da Palestina a 15 convenções e tratados internacionais. Psaki destacou que o governo em Washington "acredita que a cooperação entre Israel e a Autoridade Palestina tem beneficiado as duas partes".

Kerry se reuniu com Lieberman no departamento de Estado, em mais uma tentativa de salvar as frágeis negociações de paz entre israelenses e palestinos. "Obviamente trabalhamos duramente para tratar de encontrar um caminho", disse o chefe da diplomacia americana no início do encontro com Lieberman.

"As duas partes indicaram que querem encontrar um caminho para avançar com as negociações. Obviamente queremos que isto aconteça, acreditamos que é importante para todos", destacou Kerry.

O secretário de Estado americano disse na terça que o anúncio por parte de Israel da construção de mais 700 casas em Jerusalém Oriental e sua recusa a libertar o último grupo de presos palestinos criam obstáculos para o processo de paz no Oriente Médio.



Kerry já havia criticado tanto palestinos quanto israelenses por decisões que "não contribuem" para a continuação do diálogo. Desta vez, porém, atacou Israel diretamente.

"Infelizmente, os detentos (palestinos) não foram libertados no sábado (29 de março), como devia ter acontecido", disse Kerry, em audiência na Comissão de Relações Exteriores do Senado americano.

"Depois, passou um dia, dois dias, e foi anunciada (por parte de Israel) a construção de 700 casas para colonos em Jerusalém Oriental, e ;puf;, estamos nisto agora", protestou.

Kerry voltou na última sexta-feira de uma viagem pela Europa e pelo Oriente Médio, claramente irritado e decepcionado com o andamento do processo de paz entre israelenses e palestinos, à beira do fracasso.

Em meio à tensão, os mediadores americanos continuam multiplicando as reuniões para tentar resgatar o diálogo que Kerry retomou entre ambos os lados, no final de julho de 2013. A previsão inicial era que as negociações se estendessem por pelo menos nove meses.

No acordo promovido em julho por Kerry, Israel se comprometeu a libertar - em quatro etapas - 104 presos detidos antes dos acordos de Oslo, de 1993.

Em troca, a direção palestina aceitou suspender qualquer gestão para a adesão a organizações internacionais até o fim das negociações, em 29 de abril.

Mas Israel rejeitou libertar no dia 29 de março - como estava previsto - o quarto e último contingente de presos, e pediu a prorrogação das negociações além de 29 de abril.

Lieberman afirmou nesta quarta que Israel tem demonstrado sua boa fé "em meio a um processo muito crítico".

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