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Número de assassinatos cai no mundo, mas continua alto na América e África

Na América Central e no sul da África foram registrados, em média, de 26 a 30 assassinatos por cada 100 mil habitantes, um número quatro vezes superior à média mundial

Agência France-Presse
postado em 10/04/2014 09:38
Viena - Os assassinatos caíram entre 2010 e 2012 no mundo, embora seu número continue sendo alto em algumas regiões, principalmente na América do Norte, América Latina e África, indicou nesta quinta-feira uma agência da ONU.

Segundo o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC, em inglês), 437.000 pessoas foram assassinadas no mundo em 2012, em comparação com 468 mil em 2010, o primeiro ano em que foi realizado um estudo mundial.

Apesar da diminuição global, as mortes violentas seguem concentradas em regiões do mundo que representam apenas 11% da população mundial, principalmente na América do Norte, América do Sul e África.

Na América Central e no sul da África foram registrados, em média, de 26 a 30 assassinatos por cada 100 mil habitantes, um número quatro vezes superior à média mundial. Metade das vítimas tinha menos de 30 anos e 80% eram homens. Em 95% dos casos, os assassinatos foram cometidos por homens.

"Temos que entender urgentemente a razão pela qual o crime violento se converteu em uma praga em muitos países do mundo, que afeta em particular os homens jovens, mas também as mulheres", declarou o analista do UNODC Jean-Luc Lemahieu.

Em muitos casos, as mulheres foram vítimas de violência doméstica, que representa 15% do total de homicídios no mundo.

Enquanto os homens costumam morrer pelas mãos de um criminoso desconhecido, as mulheres costumam ser assassinadas por pessoas que conhecem, segundo o relatório. "Sua casa pode ser o lugar mais perigoso para uma mulher", afirmou Lemahieu.

Na América do Norte e América Latina, a violência relacionada às gangues ou quadrilhas representou em 2012 praticamente 30% do total de assassinatos na região, contra 1% de mortes pela mesma causa na Ásia, Europa e Oceania. Nestas regiões, no entanto, a porcentagem de mortes por violência doméstica é mais alta que na América.

População juvenil e subdesenvolvimento

Na América, o fenômeno das quadrilhas também está relacionado com a demografia, já que em muitos países da região há um grande número de população jovem, especialmente nos países em desenvolvimento.

Segundo a UNODC, os homens jovens têm mais probabilidades de possuir armas e de participar de crimes de rua, guerras de gangues e de cometer crimes relacionados ao tráfico de drogas. Além disso, os homicídios também são mais frequentes nas cidades, onde são cometidos três vezes mais assassinatos que nas zonas menos populosas.

O estudo também estabelece um vínculo direto entre o crime e o desenvolvimento. Segundo a agência da ONU, os países com grandes desigualdades de renda têm quatro vezes mais chances de serem afetados pela violência que as sociedades mais igualitárias.

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"É preciso combinar as políticas de prevenção do crime com as de desenvolvimento econômico e social", afirmou Yuri Fedotov, diretor-executivo do UNODC, explicando que a criminalidade crônica é, ao mesmo tempo, causa e consequência da pobreza, da insegurança e do subdesenvolvimento.

O UNODC indicou que quatro em cada 10 assassinatos ocorrem com armas de fogo. Além disso, de cada 100 homicídios, apenas 43% terminam com uma condenação judicial e este numero cai a 24% na América, enquanto na Ásia e na Europa as condenações alcançam 48% e 81%, respectivamente.

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