postado em 11/04/2014 06:00
O presidente Vladimir Putin advertiu ontem os líderes europeus sobre o risco de que a Rússia suspenda ou interrompa o fornecimento de gás à Ucrânia, o que provocaria redução no fluxo de combustível enviado à Europa. O motivo da represália, segundo Putin, é a demora do governo de Kiev para saldar sua dívida com a estatal russa Gazprom, mas o lembrete foi recebido pelos europeus como uma ameaça, a mais direta feita por Moscou desde o início da disputa política com a União Europeia (UE) em torno da crise ucraniana.
Enquanto Putin exibia sua arma econômica, o presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, ofereceu anistia aos militantes pró-russos que desocuparem prédios públicos das cidades de Donetsk e Lugansk, no leste. De acordo com a imprensa local, os ativistas não deram sinais de rendição e reforçaram barricadas, a fim de resistir a uma ação das forças de segurança.
Em carta endereçada a 18 chefes de governo, o presidente russo pediu diálogo urgente sobre a economia ucraniana e salientou que não esquecerá o débito de US$ 2, 2 bilhões. ;No caso de novas violações das condições de pagamento, a Gazprom cessará o fornecimento, parcial ou completamente;, advertiu. ;Nós entendemos que isso aumenta o risco de desviar o fluxo de gás que passa por território ucraniano para chegar aos europeus.;
O governo de Kiev argumenta que só efetuará o pagamento quando Moscou revisar o preço do combustível ; que sofreu aumento de 80%, em uma manobra para pressionar os líderes ucranianos. Putin, por sua vez, afirmou que a Rússia subsidiou a economia vizinha com descontos na compra de gás. ;Não podemos carregar esse fardo unilateralmente, cobrindo seu deficit no comércio com a UE.;
Ocupação
Em Donetsk e Lugansk, os grupos entrincheirados em edifícios públicos dizem temer um ataque das forças de segurança, possivelmente hoje, quando vence o prazo de 48 horas dado pelo ministro do Interior, Arsen Avakov, para a desocupação pacífica. Em meio às tentativas de negociação, o vice-ministro Serhy Yarovy informou à agência russa Interfax que os separatistas exigiram um referendo sobre a federalização do leste ucraniano, a adoção do russo como segunda língua oficial e a anistia. Yarovy, porém, considerou as demandas ;inaceitáveis;. Ontem, foram registrados confrontos entre grupos pró e anti-Moscou na cidade de Odessa, no sul, próxima à península da Crimeia, recém-anexada à Federação Russa.
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