O parlamento líbio havia encarregado o ex-ministro da Defesa de formar um novo gabinete e liderar um novo período de transição há apenas 15 dias, depois da destituição do primeiro-ministro Ali Zeidan.
"Não vou aceitar o povo líbio se matando por esse cargo", afirmou Al Theni, em um comunicado divulgado ao Congresso Geral Nacional (CGN).
[SAIBAMAIS]O premier disse que o "ataque traidor" cometido contra ele e sua família neste sábado havia aterrorizado habitantes de um distrito residencial e "colocado a vida de alguns deles em risco", sem dar detalhes.
Uma fonte ligada a seu gabinete indicou à AFP que o incidente aconteceu a caminho do aeroporto e não deixou vítimas. Al Theni disse, no entanto, que continuará cuidando dos assuntos correntes até a indicação de um novo premier.
A Líbia convive com atentados quase diários, e enfrenta um bloqueio imposto por rebeldes a enclaves petroleiros que já dura noves meses. Omar Hmidan, porta-voz do CGN, a maior autoridade política do país, explicou que Al Theni foi escolhido depois que os parlamentares falharam em chegar a um consenso sobre outros candidatos.
Foi dada uma semana a ele para a formação de um novo governo. A nomeação de Al Theni foi considerada ilegal por alguns legisladores, que afirmaram que ela não recebeu o número necessário de votos.
O parlamentar Suad Ganurl classificou a decisão, aprovada por 42 votos de 76 prsentes, de "inválida e vazia", porque requeria 120 votos, dos 200 integrantes. A justificativa foi de que ele já havia sido indicado primeiro-ministro interino com 124 votos.
A destituição de Zeidan aconteceu após uma longa disputa entre os Poderes Executivo e Legislativo, em um país quase paralisado e mergulhado no caos.Hmidan explicou que Al Theni irá permanecer no cargo até que sejam realizadas novas eleições para o Congresso.