Agência France-Presse
postado em 16/04/2014 13:05
Amã - A aviação jordaniana afirmou nesta quarta-feira (16/4) ter destruído vários veículos militares que tentavam entrar no país a partir da Síria, mas as autoridades de Damasco garantem que eles não pertencem ao seu exército."Aviões de combate das forças armadas reais destruíram hoje vários veículos blindados que tentavam entrar na Jordânia a partir da Síria", informou o exército jordaniano em um comunicado.
"Os veículos, camuflados, tentaram entrar a partir de uma zona acidentada. Os aviões de combate lançaram tiros de advertência que foram ignorados, e por isso destruíram os veículos", acrescentou o exército. Declarou ainda que "não tolerará este tipo de ações".
Uma fonte militar jordaniana acrescentou que "três veículos tentaram entrar no reino perto de Ruwaiched (norte)", no deserto. Uma fonte militar síria, citada pela rede de televisão oficial, afirmou que estes veículos não são do exército sírio.
"Nenhum veículo militar, nem blindado do exército árabe sírio fez movimentos em direção à fronteira jordaniana", afirmou. Consultada pela AFP, uma fonte das forças de segurança síria disse ignorar se estes veículos pertencem aos rebeldes.
Nas últimas semanas foram registrados confrontos entre guardas de fronteira e homens armados que tentavam entrar na Jordânia e que terminaram sendo detidos.
O governo sírio acusou em várias ocasiões as autoridades jordanianas de apoiar os rebeldes que lutam contra o regime do presidente Bashar al-Assad, mas Amã nega e diz ter reforçado o controle na fronteira.
Por outro lado, o reino afirma ter detido dezenas de pessoas que tentavam se unir aos rebeldes na Síria. Um tribunal jordaniano condenou na terça-feira a cinco anos de prisão três sírios acusados de tentar levar à Síria 36 detonadores teleguiados que eram destinados aos rebeldes, informou uma fonte judicial.
A guerra na Síria deixou mais de 150.000 mortos e obrigou milhares de pessoas a fugir. A Jordânia acolhe em seu território mais de 500.000 sírios.
Em meados de março, o Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) afirmou que 600 sírios cruzam todos os dias a fronteira jordaniana.