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Estados Unidos se prepara para novas sanções contra Rússia

Na terça, o Departamento de Estado havia afirmado que estavam sendo consideradas medidas "adicionais"



O porta-voz acrescentou que o governo russo precisa reconhecer o compromisso assumido pelas autoridades ucranianas de realizar reformas constitucionais.

O Departamento de Estado também pediu a desmobilização das forças russas. "Nós definitivamente queremos ver um fim imediato a estas provocações", afirmou a porta-voz adjunta da Chancelaria americana, Marie Harf.

O diálogo em Genebra será iniciado na quinta-feira, em uma tentativa de conter o agravamento da crise. Mas Washington alertou que as ações russas são a questão principal. "As conversas não substituem as ações, quando o que está em jogo é o que está acontecendo. Nós vamos continuar preparando sanções adicionais e outra medidas, se não houver uma interrupção na escalada", acrescentou Harf. "A prioridade é claramente a presença de grupos armados apoiados pelos russos no leste da Ucrânia", explicou.

Apesar de descrever as conversas como "um importante passo diplomático", a porta-voz não pareceu esperar um grande avanço. "Eu não jogaria todas as cartas nesse encontro", afirmou.

Kerry também vai se reunir em separado com os chanceleres da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Andrii Deshchytsya, além da chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton.

O encontro acontece depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter alertado para o risco de uma guerra civil na Ucrânia, criando temores de uma invasão militar russa.

- Delegação americana em Kiev -


Com as tensões aumentando, Harf destacou que as relações entre Washington e Moscou estavam "complicadas", mas que permaneciam intactas. É a maior tensão entre o Ocidente e a Rússia desde o fim da Guerra Fria.

"Existem pontos em que atuamos juntos", apontou, destacando as negociações do programa nuclear iraniano e os esforços para reduzir o arsenal de armas químicas da Síria.

"Mas acho que ninguém ficaria surpreso com o fato de os eventos das últimas semanas terem tornado a relação difícil", admitiu.

Os Estados Unidos apoiam a iniciativa de Kiev de combater os separatistas, que se espalharam a partir da Crimeia por todo o país. Putin negou, entretanto, ligações entre o Kremlin e os homens armados que tomaram controle de prédios públicos ucranianos.

Paralelamente, congressistas americanos vão viajar à Ucrânia na segunda-feira, para endossar o compromisso americano com as autoridades de Kiev.

"A Ucrânia está em crise, e os Estados Unidos devem fazer o possível para apoiá-los contra as agressões russas", declarou Ed Royce, chefe da delegação e presidente da Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara dos Deputados.