Agência France-Presse
postado em 16/04/2014 18:39
Tóquio - Legisladores japoneses pediram nesta quarta-feira (16/4) que o governo reprograme seu programa "de pesquisas" baleeiro para se esquivar da sentença proferida por um tribunal internacional, que descreveu o programa como caça comercial disfarçada de ciência.
O comitê pesqueiro de 40 integrantes, composto por membros da câmara baixa, aprovou por unanimidade uma resolução que exige que o governo estude "todas as opções, inclusive deixar a convenção (baleeira internacional)".
Segundo o grupo, a decisão tomada no início do mês pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) foi "realmente lastimável", mas "não necessariamente impede a atividade baleeira do Japão, uma tradição e uma cultura ímpares".
O painel exigiu que o governo encontre um caminho para continuar com a operação de pesquisas "de forma a desempenhar um papel responsável como o único país no mundo com uma abordagem científica".
[SAIBAMAIS]Os parlamentares também exigiram que o governo esboce rapidamente um plano para substituir a proibida operação baleeira na Antártica e prepare completamente um novo programa, enquanto põe em circulação "carne de baleia - um subproduto da pesquisa baleeira - de forma apropriada, como antes".
Embora seja signatário da Convenção Baleeira Internacional (IWC, na sigla em inglês), que proíbe a caça comercial dos cetáceos, o Japão se aproveita de uma brecha que permite a "pesquisa letal". O país considera perfeitamente apropriado que as pessoas consumam a carne derivada do abate dos animais.
Para ambientalistas, a ciência é apenas um disfarce e a Austrália levou o Japão à CIJ, em Haia, por causa de seu programa. Os juízes decidiram a favor de Camberra por 12 votos a 4 e Tóquio anunciou a suspensão da temporada 2014-2015.
Mas documentos apresentados nos Estados Unidos teriam demonstrado que o Instituto de Pesquisas de Cetáceos, entidade japonesa encarregada do programa baleeiro, pretende voltar ao Oceano Austral no ano que vem com um programa remodelado.
Na segunda-feira, o Japão reforçou que ainda não tomou uma decisão sobre a retomada do programa baleeiro na Antártica.