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Milícia pró-Rússia captura vários blindados do exército ucraniano

A Otan anunciou nessa quarta o envio de novas unidades marítimas, aéreas e terrestres aos países membros do leste da Europa para reforçar a "defesa coletiva"

Agência France-Presse
postado em 17/04/2014 08:06
Slaviansk - As forças pró-Moscou capturaram nesta quarta-feira vários blindados do Exército ucraniano enviados para enfrentar as milícias separatistas na região da cidade de Slaviansk, no leste da Ucrânia, constatou a AFP.

O incidente ocorreu quando uma coluna da 25; Brigada Paraquedista da Ucrânia foi cercada por manifestantes e homens armados em Kramatorsk, a poucos quilômetros de Slaviansk.

Após algumas horas de impasse, os militares ucranianos entregaram suas armas para que fossem desmontadas pelos milicianos pró-Rússia, e puderam abandonar a região.

Durante o incidente, seis veículos blindados foram capturados pelos milicianos, que estavam fortemente armados, mas não usavam insígnias. Os blindados foram conduzidos a Slaviansk, onde a população os recebeu com festa, constatou a AFP.

Alguns soldados ucranianos choraram ao entregar suas armas, em meio aos aplausos de civis. Segundo Kiev e os ocidentais, os grupos armados pró-Rússia, chamados de "homens verdes", são na verdade soldados de elite russos.

Os serviços de Inteligência da Ucrânia consideram que os grupos são os mesmos que agiram na Crimeia para entregar a península ao controle russo, em março passado. Estes homens têm ordem para "disparar e matar", segundo os serviços de segurança (SBU) de Kiev.

Em Donetsk, cerca de 20 homens armados e encapuzados entraram na prefeitura. Desde 6 de abril, separatistas ocupam a sede da administração regional desta cidade. No total, os separatistas ocupam prédios públicos em ao menos dez cidades da região.

- Reação internacional -

Nesta quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, acusou diretamente Moscou de apoiar as milícias separatistas no sul e no leste da Ucrânia, e advertiu para as consequências.

"Cada vez que a Rússia tomar este tipo de iniciativa, com o propósito de desestabilizar a Ucrânia e violar sua soberania, haverá consequências", declarou Obama à CBS News.

Mas o presidente minimizou o incidente ocorrido no final de semana, quando caças russos passaram a baixa altitude sobre um destróier americano no Mar Negro: "os russos não estão interessados em qualquer tipo de confrontação militar" com os Estados Unidos.

A Otan anunciou nessa quarta o envio de novas unidades marítimas, aéreas e terrestres aos países membros do leste da Europa para reforçar a "defesa coletiva".

"Vamos colocar mais aviões no céu, mais navios no mar e ter uma preparação maior em terra", declarou o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, ao final de uma reunião com os embaixadores dos 28 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Os Estados Unidos mantêm sua exigência de que a Rússia interrompa suas "provocações" no leste da Ucrânia, alertando que estão preparando novas sanções contra Moscou.

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No momento em que o secretário americano de Estado, John Kerry, estava a caminho da Suíça para participar de negociações envolvendo Rússia, Ucrânia e União Europeia, a Casa Branca indicou que novas sanções contra Moscou podem ser iminentes.

"Estamos preparando novas sanções", declarou o porta-voz do governo, Jay Carney, ressaltando uma mudança de tom no discurso do governo. Na terça, o Departamento de Estado havia afirmado que estavam sendo consideradas medidas "adicionais".

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