Agência France-Presse
postado em 17/04/2014 21:07
Bogotá - O governo colombiano oferecerá apoio logístico à família do escritor Gabriel García Márquez, falecido nesta quinta-feira, na Cidade do México, caso desejem enterrar o Nobel de Literatura em sua terra natal, informou a ministra colombiana da Cultura, Mariana Garcés."Não temos notícia, se é vontade de sua família, ou se Gabo se manifestou dessa forma, que fosse enterrado no México, ou na Colômbia, e, dependendo dessas circunstâncias, o presidente (Juan Manuel Santos) se deslocaria para o México, ou, de qualquer modo, o avião presidencial estaria disponível para a família de Gabriel García Márquez", disse Mariana Garcés à imprensa colombiana.
"Uma profunda tristeza nos embarga. O senhor presidente se dirigirá a todos os colombianos às sete da noite de hoje (horário local), e todos os atos em sua homenagem serão em perfeita concordância com Mercedes, Gonzalo e Rodrigo", frisou a ministra, referindo-se à mulher e aos dois filhos de García Márquez.
A ministra declarou ainda que o embaixador da Colômbia no México, José Gabriel Ortiz, esteve "muito próximo da família" de García Márquez nos últimos dias, e que, nesta quinta, o próprio presidente Santos esteve em comunicação por telefone com a família do escritor.
Mais cedo, em sua conta no Twitter, Manuel Santos informou o falecimento de García Márquez, aos 87 anos, assegurando que "os gigantes nunca morrem".
[SAIBAMAIS]Em 8 de abril, depois de passar oito dias internado por um quadro de pneumonia, García Márquez deixou o Instituto Nacional de Ciências Médicas e Nutrição Salvador Zubirán, na Cidade do México. Seu estado ainda inspirava cuidados.
Desde então, o escritor permaneceu sob atenção médica em sua residência na capital mexicana. Segundo sua família, a saúde de "Gabo" era "muito frágil".
Vivendo no México há mais de três décadas, García Márquez passou seus últimos anos afastado da vida pública. Em suas raras aparições, preferiu não dar declarações à imprensa.
A última aparição pública de Gabo foi em 6 de março passado, dia de seu aniversário, quando foi até a porta de sua casa e recebeu as felicitações de jornalistas, amigos e fãs.
Ganhador do Nobel de Literatura de 1982, o colombiano é considerado um dos mais importantes escritores da história da literatura em espanhol.
Ele é autor de alguns dos romances mais aclamados do século XX, como "Ninguém escreve ao coronel" (1961), "Crônica de uma morte anunciada" (1981), "O amor nos tempos do cólera" (1985) e sua obra-prima, "Cem anos de solidão" (1967). Máximo expoente do realismo mágico, esse livro já vendeu mais de 30 milhões de exemplares e foi traduzido para 35 idiomas.