O capitão da balsa Sewol, que naufragou na última quarta-feira ao largo da Coreia do Sul, declarou-se ontem ;profundamente envergonhado; pelo acidente, que deixou ao menos 25 mortos e mais de 280 desaparecidos, entre as 475 pessoas a bordo. Lee Joon-seok, 69 anos, prestou depoimento à Guarda Costeira e admitiu que a embarcação se desviou da rota, o que o levou a fazer uma manobra brusca e, segundo os primeiros indícios, resultou na colisão com um obstáculo submerso. Sobreviventes e familiares de passageiros ; mais de 300 eram estudantes secundários em viagem de férias ; acusam Lee de ter sido um dos primeiros a abandonar o barco. O comandante enfrenta uma investigação criminal.
A presidente sul-coreana, Park Geun-hye, esteve no local da tragédia e instou as equipes de busca a continuarem procurando os desaparecidos. ;O tempo está se esgotando. Por favor, tenham pressa. Se existem sobreviventes, cada minuto e cada segundo são críticos;, pediu a chefe de Estado. Visivelmente emocionada, Park iniciou uma longa sessão de perguntas e respostas com os familiares, desesperados por informações sobre os filhos. Cerca de 320 alunos da Escola Secundária de Danwon Ansan viajavam na balsa, que zarpou de Incheon (noroeste do país), na noite de terça-feira, rumo à paradisíaca ilha de Jeju, ao sul da península.
Na corrida para resgatar possíveis sobreviventes, os socorristas utilizaram três guindastes para virar a embarcação, que se inclinou mais de 45; e, depois, submergiu quase por completo. Além de lutarem contra o vento e as ondas fortes no Mar Amarelo, as equipes foram prejudicadas pela correnteza e pela visibilidade reduzida e não puderam penetrar no casco. A balsa chegou a ser martelada, na esperança de que se obtivesse algum sinal de sobreviventes presos no interior, mas não houve resposta. Segundo a emissora britânica BBC, participam da operação 500 mergulhadores, 169 barcos e 29 aeronaves.
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