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Jornalistas franceses sequestrados na Síria são liberados após meses presos

Desde o início da guerra entre o regime de Bashar al-Assad e os rebeldes em 2011, mais de 30 jornalistas estrangeiros foram sequestrados na Síria

Paris - Os quatro jornalistas franceses sequestrados em junho de 2013 na Síria foram libertados neste sábado e retornarão no domingo para a França após dez meses de cativeiro no país mais perigoso do mundo para a imprensa e as ONGs. "Estamos muito felizes de estar livres", afirmou Didier François, um dos quatro repórteres libertados. "Agradecemos às autoridades turcas pela ajuda. É uma felicidade poder ver o céu, caminhar e falar livremente", completou o ex-refém, em inglês, na delegacia de Akçakale, cidade turca próxima da fronteira com a Síria.


De acordo com o gabinete presidencial, o avião trazendo os ex-reféns da Turquia pousará domingo de manhã, às 8h00 local (3h00 no horário de Brasília), no aeroporto militar de Villacoublay, perto de Paris. O chefe de Estado deve receber os jornalistas em sua chegada.

Desde o início da guerra entre o regime de Bashar al-Assad e os rebeldes em 2011, mais de 30 jornalistas estrangeiros foram sequestrados na Síria. A libertação dos franceses acontece após a de vários jornalistas europeus que estavam sob poder do Estado Islâmico no Iraque e Levante (EIIL), o mais radical dos grupos jihadistas na Síria.

Mas alguns jornalistas continuam sequestrados no país, entre eles os americanos Austin Tice, desaparecido em agosto de 2012, e James Foley, desde novembro de 2012, que já foi colaborador com a AFP. Os quatro reféns franceses estavam com as mãos amarradas e os olhos vendados quando foram encontrados por soldados turcos na fronteira, segundo a agência Dogan.

Os soldados acreditaram em um primeiro momento que eram contrabandistas, mas quando perceberam que os reféns falavam em francês os levaram para a delegacia de Akçakale. Imagens dos canais de televisão turcos mostram os quatro jornalistas com os cabelos compridos e barba, aparentemente em bom estado de saúde.

Didier François, da rádio Europe 1, e o fotógrafo Edouard Elias foram sequestrados ao norte de Aleppo em junho de 2013. Nicolas Hénin, repórter da revista Le Point, e Pierre Torr;s, fotógrafo independente, foram sequestrados duas semanas depois, em 22 de junho, em Raqa.

A Síria passou a ser considerada o país mais perigoso do mundo para a imprensa, segundo várias organizações de defesa da liberdade de expressão.