postado em 21/04/2014 07:00
Disputas religiosas já foram motivo de guerras, de alianças e de revoluções em todo mundo. Na África, a situação não poderia ser diferente: cristãos e muçulmanos de mesma nacionalidade têm promovido verdadeiras chacinas entre eles. A pobreza e a desigualdade social, aliadas à baixa institucionalização dos países, constituem um terreno fértil para o fundamentalismo religioso, que tinge de sangue parte da região situada abaixo do Deserto do Saara. ;Para o continente, esse tipo de conflito reflete um padrão relativamente novo;, afirma Pio Penna Filho, professor do Departamento de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).
Na Nigéria, o grupo islamita radical Boko Haram matou milhares de pessoas, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Somente em fevereiro, mais de 300 nigerianos foram assassinados pelos extremistas da facção, que exigem a instauração de um Estado islâmico no país. ;Quando grupos fundamentalistas se chocam com facções não muçulmanas, haverá sempre conflito. O Boko Haram renega toda a tradição ocidental. Para ele, o importante é o ensino religioso;, explica Penna. ;É um caso semelhante ao que ocorre no Afeganistão dos talibãs;, completa.
O psicoterapeuta corporal e terapeuta comunitário Mariano Pedroza esteve na Nigéria, a convite de uma organização humanitária, para condicionar voluntários a ajudarem populações sob violência extrema. Ele trabalhou com profissionais que tratam vítimas de atentados terroristas. ;O terrorismo ao qual me refiro são os ataques do Boko Haram. Mas cabe um importante esclarecimento: é uma distorção afirmar que se trata de um conflito entre muçulmanos e cristãos. O grupo armado também tem como alvo mesquitas e populações muçulmanas não fundamentalistas;, disse Pedroza ao Correio.
Sem acesso ao mar, o Mali é uma das nações mais pobres do mundo. Várias facções jihadistas mantêm-se ativas no norte, palco de rebeliões que ; aliadas à onda de sequestros e a um golpe de Estado ; arruinaram a indústria do turismo. Em janeiro de 2013, uma intervenção militar internacional, liderada pela França, foi iniciada para proteger a população. O Ministério da Defesa francês anunciou recentemente que, nas últimas semanas, 40 extremistas islâmicos foram mortos no Mali, incluindo vários líderes. ;Realizamos operações que nos permitiram neutralizar dezenas de terroristas, incluindo Uld Hamaha, um líder histórico da Aqim (Al-Qaeda no Magreb Islâmico);, afirmou o ministro Jean-Yves Le Drian.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.