Agência France-Presse
postado em 22/04/2014 13:13
Jindo - O último balanço oficial do naufrágio da balsa "Sewol", na Coreia do Sul, divulgado nesta terça-feira (2/4), indicava mais de 120 mortos, além de quase 200 desaparecidos, apesar das operações para recuperar os corpos realizadas há quase uma semana. A calma no mar e as melhores condições meteorológicas permitem a aceleração das buscas, mas a visibilidade na água é muito escassa. Os mergulhadores trabalham quase às cegas nos labirintos dos corredores e quartos da balsa completamente submersa.De acordo com o último balanço, 121 pessoas morreram e 181 estão desaparecidas. A balsa transportava 476 pessoas, em sua maioria jovens estudantes do ensino médio, em direção à ilha turística Jeju (sul), quando afundou, na quarta-feira passada. Os familiares dos desaparecidos se reuniram nesta terça no porto de Jindo, ilha vizinha ao local da catástrofe, para esperar a chegada de barcos de resgate. Os cadáveres recuperados são desembarcados em intervalos cada vez mais frequentes.
[SAIBAMAIS]Nos primeiros dias, a lentidão nas buscas causou irritação entre os parentes dos desaparecidos, que chegaram a agredir autoridades. O capitão e a maioria da tripulação estão entre as 174 pessoas que foram resgatadas.
A única esperança: recuperar os corpos
No entanto, agora a esperança de encontrar sobreviventes é praticamente nula. As famílias apressam os mergulhadores para que recuperem os corpos o mais rápido possível, para evitar que fiquem muito deteriorados. "Só quero voltar a ver meu filho. Quero segurá-lo em meus braços e dizer adeus. Não suporto a ideia de que esteja nesse lugar frio e sombrio", lamentou o pai de um dos desaparecidos.
Se for confirmado o número de cerca de 300 mortos, o naufrágio do "Sewol" será um dos piores acidentes da história recente da Coreia do Sul. O país, rico e moderno, ficou extremamente comovido pela tragédia. Outras 300 passageiros morreram em um naufrágio de um ferry na costa ocidental do país em 1993, e a queda do teto de um shopping em 1995 matou 500 pessoas em Seul.