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Chanceler chinês visita América Latina antes de reunião do Brics

No Brasil, Wang Yi aproveitará para afinar os preparativos da visita do presidente chinês, Xi Jingping

Agência France-Presse
postado em 22/04/2014 19:49
O chanceler chinês, Wang Yi, cumpre nesta terça-feira (22/4), na Argentina, mais uma etapa de sua viagem pela América Latina, onde pretende reforçar laços políticos e econômicos em uma região-chave para satisfazer sua alta demanda por matérias-primas.

No domingo, o chanceler Wang iniciou em Cuba sua visita à região, passando pela Venezuela. A viagem continua na Argentina, onde se reunirá com a presidente Cristina Kirchner.

Em sua próxima escala, no Brasil, o ministro aproveitará para afinar os preparativos da visita do presidente chinês, Xi Jingping, que acontece em Fortaleza, em julho, para a cúpula do Brics (acrônimo do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Na última década, a China se tornou a principal fonte de crescimento das exportações de matérias-primas da América Latina e do Caribe, com a região sendo um destino importante de suas manufaturas. Hoje, a China é o segundo sócio comercial da maioria dos países visitados por seu chanceler esta semana.

"A seleção de países nesta viagem não está baseada na variável ideológica, mas na visita dos países que são chave nessa região dentro de sua estratégia (de política externa), conhecida como ;People to People; (Do povo para o povo) que engloba muitos aspectos: culturais, políticos, econômicos", disse à AFP o diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade de Miami e especialista nas relações da China com a sub-região, Ariel Armony.

Apesar dos acordos econômicos que possam ser assinados esta semana, "a visita à América Latina - primeiro do chanceler e, depois, do presidente da China - não teria acontecido neste momento se não fosse pela Cúpula do Brics, que acontece em julho no Brasil", afirmou o analista político Rosendo Fraga, diretor do Centro de Estudos Unión para la Nueva Mayoría, na Argentina.



De acordo com Fraga, "não há dúvida de que, hoje, o Ministério das Relações Exteriores chinês está muito mais atento à viagem que o presidente americano, Barack Obama, faz esta semana por Japão, Coreia do Sul, Malásia e Filipinas, do que à viagem de seu próprio chefe por Cuba, Venezuela, Argentina e Brasil".

Para Armony, o interesse comercial chinês na região continua sendo reforçado pelo que ele chama de "uma folha em branco". O analista lembra que "não há uma história polêmica, conflituosa, difícil com a China", o que representa uma importante vantagem frente aos Estados Unidos.

"A China chega à América Latina com um terreno aberto, enquanto os Estados Unidos trazem uma bagagem muito problemática com a região", explicou Armony.

Rosendo Fraga alerta, porém, que "o modelo de exportar matérias-primas e comprar manufaturas baratas não é desejável para Brasil e Argentina em sua relação com a potência asiática".

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