Agência France-Presse
postado em 24/04/2014 14:14
Washington - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira que o acordo entre a OLP, do presidente palestino Mahmud Abbas, e o movimento islamita Hamas para formar um governo de unidade eram "um grande salto para trás" no processo de paz. "O pacto com o Hamas mata a paz", declarou o líder israelense à rede de televisão NBC pouco depois de seu governo anunciar a suspensão das negociações de paz auspiciadas pelos Estados Unidos."Acredito que o que aconteceu é um grande revés para a paz, porque esperávamos que o presidente da Autoridade Palestina, Abbas, aceitasse o Estado judeu, a ideia de dois Estados nação, um palestino e outro judeu", explicou Netanyahu. "Mas, em vez disso, deu um grande salto para trás e fez um pacto com o Hamas, uma organização terrorista que defende a destruição de Israel", acrescentou.
Na quarta-feira, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) - reconhecida internacionalmente como única representante do povo palestino - e o Hamas assinaram um acordo de reconciliação. Neste acordo, as duas partes se comprometeram a formar em algumas semanas um governo de "consenso nacional".
Abbas "tinha uma escolha: paz com Israel ou pacto com o Hamas terrorista, e escolheu o pacto com o Hamas. Então este é o golpe para a paz e espero que mude de ideia", disse Netanyahu. "Enquanto eu for primeiro-ministro de Israel, jamais negociarei com um governo palestino apoiado por organizações terroristas comprometidas com nossa destruição", insistiu.
Após o anúncio da suspensão das negociações por parte de Israel, os palestinos declararam estar estudando todas as opções para responder à ação do Estado hebreu, indicou um líder da Autoridade Palestina (AP).
"A liderança palestina estudará todas as opções para responder às decisões do governo israelense contra a AP", declarou à AFP o negociador Saeb Erakat. "Agora, a prioridade dos palestinos é a reconciliação e a unidade nacional", disse.
Entre as possibilidades analisadas pelos palestinos, está a adesão a novos tratados e organizações internacionais, afirmou.