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Cidade do Vaticano - O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) Dom Raymundo Damasceno negou, na manhã deste sábado (26/4), em entrevista exclusiva ao Correio , que a Igreja Católica e o papa Francisco tenham agido de forma política ao decidir canonizar juntos João XXIII e João Paulo II, dois papas que foram populares entre o povo. "Não é um marketing do papa Francisco. Os dois eram beatos e estavam em processo para chegar a canonização. Vejo a realização de uma expectativa e de um desejo de todo mundo. Veio em um momento oportuno e adequado. Não se podia canonizar um, sem que o outro fosse canonizado", explica.
Dasmaceno afirmou que a igreja estava analisando a vida e os milagres dos papas até chegar uma decisão final. No passado, os papas eram santificados logo após morte. Porém, com o passar dos anos, a Igreja Católica criou uma série de procedimentos que precisam ser seguidos para então definir a canonização. "Os santos surgiam pelo pedido do povo. Depois, a igreja estabeleceu um procedimento mais rigoroso. Mas, o importante, sobretudo, é que os fiéis devem seguir o exemplo dos santos", diz.
Dom Raymundo Damasceno ainda aproveitou para falar um pouco sobre cada um dos papas, que serão santificados no domingo (27) pelo papa Francisco, na Cidade do Vaticano. Para ele, os dois papas eram bastante distintos, mas tinham em comum a comunicação com as massas. "Os dois foram e ainda são muito queridos pelo povo", revela. Ele conta que conheceu João XXVIII quando estava estudando em Roma. "Ele preparou a igreja para o século XXI. Era um homem simples, próximo do povo", relembra.
Já sobre João Paulo II, o presidente da CNBB define que o papa era dotado de muitos carismas: "Era comunicador, poeta, teatrólogo... Foi o papa que mais viajou pelo mundo."