postado em 29/04/2014 06:00
Acusada de provocar uma escalada na crise ucraniana, a Rússia prometeu dar uma resposta ;dolorosa; às novas sanções impostas ao país pelos Estados Unidos. A Casa Branca anunciou ontem a extensão do bloqueio de bens e restrições de viagens a sete altos funcionário russos ; todos próximos ao presidente Vladimir Putin ; e a 17 companhias do país. Washington também adotou restrições à exportação de tecnologia e serviços que possam contribuir para a capacidade militar de Moscou. Em paralelo, o Conselho Europeu informou que adicionará 15 nomes à lista de personalidades russas e ucranianas com proibição de visto e bens congelados na União Europeia. Enquanto o Ocidente tentava pressionar o Kremlin para colocar fim à crise separatista no leste da Ucrânia, ativistas pró-Moscou e pró-Kiev entraram em confronto em Donetsk. Em Kharkiv, o prefeito Gennady Kernes foi baleado e corria risco de morrer.
A nova leva de sanções anunciada pelos EUA atinge empresas de áreas específicas da economia russa, como os setores financeiro e de energia, assim como os responsáveis por áreas estratégicas, como o presidente da petroleira Rosneft, Igor Sechin. Em Manila, nas Filipinas, o presidente Barack Obama afirmou que as sanções dos EUA têm por objetivo ;mudar o cálculo; feito por Vladimir Putin acerca de como sua ;investida na Ucrânia; pode afetar a economia russa. ;Mantemos na reserva passos adicionais que poderemos tomar, se a situação se agravar ainda mais;, alertou Obama.
Moscou condenou as sanções e prometeu responder à punição. ;Temos certeza de que essa resposta terá um efeito doloroso para Washington;, ameaçou o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov. Em telefonema para o secretário americano de Defesa, Chuck Hagel, o ministro da pasta na Rússia, Serguei Choigu, pediu que Washington ;baixe o tom da retórica;. Choigu negou ;categoricamente; que o Kremlin tenha planos de invadir a Ucrânia e informou que as tropas envolvidas em exercícios na fronteira já voltaram aos seu quartel. ;A Rússia foi obrigada a iniciar manobras diante da perspectiva de uma ação militar (ucraniana) contra os civis. Depois que as autoridades (de Kiev) declararam que não utilizariam unidades regulares contra a população desarmada, as tropas russas voltaram ao quartel;, explicou Choigu.
Em meio à tensão acerca da Ucrânia, o chanceler russo, Serguei Lavrov, chega hoje a Cuba para uma visita oficial. O chefe da diplomacia russa se encontrará com o seu homólogo cubano, Bruno Rodríguez, e pode ser recebido pelo presidente Raúl Castro, que apoia Moscou no impasse ucraniano.
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