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Policiais de cidade do leste ucraniano entregam QG a separatistas

Antes de saírem, um dos líderes insurgentes disse que deixaria as armas em segurança. "As armas vão passar para o controle da polícia do povo de Lugansk"

Agência France-Presse
postado em 29/04/2014 17:52
Policiais ucranianos que estavam cercados por militantes pró-Rússia desde o fim da tarde desta terça-feira (29/4) na sede da polícia de Lugansk (leste) deixaram o prédio desarmados, constatou um jornalista da AFP. Às 22h40, eles passaram em fila indiana por entre civis e homens armados, e depois entraram em ônibus.

"Voltem para casa", gritava a multidão. Cerca de trinta jovens policiais, visivelmente assutados, embarcaram no primeiro ônibus. Outro aguardava para levar os outros.

[SAIBAMAIS]Longas negociações foram realizadas sobre o que seria feito do armamento do prédio. Por volta das 21h00, um dos líderes insurgentes disse às pessoas com um megafone: "As armas vão passar para o controle da polícia do povo de Lugansk. Vamos deixar todas estas armas em segurança".

Pouco antes, ele havia se voltado para o prédio, afirmando: "Não vamos tocar em vocês. Podem sair". "Eles são adolescentes, têm apenas 18 anos. Eles estão aterrorizados", disse à AFP um homem armado que não quis se identificar. Empunhando seu fuzil novo em folha, ele acrescentou: "Estamos aqui para proteger o povo. Jamais seríamos os primeiros a atirar".

O cerco começou no início da noite, depois que os manifestantes, reunidos desde as 14h00, tomaram sem dificuldade a administração regional, o gabinete do procurador da região de Lugansk e a sede da televisão local.



Os militantes tentaram derrubar a entrada da sede da polícia, mas os agentes responderam jogando bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo.

Cerca de quarenta homens fortemente armados chegaram a bordo de um micro-ônibus da própria polícia e de um caminhão, e tomaram posição de tiro. Um deles chegou a disparar para o alto.

As negociações logo foram iniciadas. Uma hora depois, os insurgentes afirmaram que os policiais tinham aceitado se render. "Eles não vão usar suas armas. São nossos irmãos", disse à multidão um dos líderes, um jovem de suéter caqui chamado Alexei Kariakine.

Outro homem armado disse: "Eles estão com medo! Mulheres, formem um corredor para garantir a segurança deles"

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