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ONU quer evitar genocídio como o de Ruanda, no Sudão do Sul, em 1994

De acordo com Dieng, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está muito preocupado e fará com que "o que aconteceu em Ruanda não se repita"

Agência France-Presse
postado em 30/04/2014 09:15
Juba - A ONU não permitirá que o genocídio cometido em 1994 em Ruanda se repita no Sudão do Sul, país devastado desde dezembro por uma guerra marcada por massacres étnicos, afirmou nesta quarta-feira em Juba um conselheiro especial das Nações Unidas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, luta para o que ocorreu em

As "incitações ao ódio" e os massacres "com bases étnicas" no Sudão do Sul provocam o temor de que "este conflito provoque uma violência grave que escape de qualquer controle", afirmou Adama Dieng, conselheiro para a prevenção do genocídio. "Devemos garantir que os responsáveis pelos crimes cometidos aqui respondam por eles", completou.

"Aos sobreviventes do genocídio, devemos o juramento de adotar todas as medidas ao nosso alcance para proteger a população de uma nova Ruanda. Não há desculpa para não atuar", disse.

De acordo com Dieng, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, está muito preocupado e fará com que "o que aconteceu em Ruanda não se repita nunca em nenhuma outra parte do continente".

Dieng e a Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, concluíram nesta quarta-feira uma visita de dois dias ao Sudão do Sul, onde se reuniram com o presidente Salva Kiir e o ex-vice-presidente Riek Machar. As tropas de ambos se enfrentam desde dezembro.

"A comunidade internacional deve pressionar os dirigentes políticos do país para que deixem de arrastar seu povo para o caminho da autodestruição", declarou Pillay.

A Alta Comissária disse que está "aterrorizada com a aparente indiferença mostrada pelos dois dirigentes sobre o risco de fome" quando ela citou o tema.

"A perspectiva de infligir fome e desnutrição em grande escala a centenas de milhares de compatriotas, pela incapacidade pessoal para resolver suas divergências pacificamente, não parece provocar grande comoção", completou.

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Ao citar dados do Unicef, Pillay afirmou que "mais de 9.000 crianças foram recrutadas pelas tropas dos dois lados", o que representa crimes de guerra.

Pillay também denunciou uma grande quantidade de colégios e centros médios sob controle das tropas ou atacados, estupros e sequestros de mulheres e crianças, assim como as mortes de crianças em massacres cometidos tanto pelo exército como pelas forças partidárias de Machar.

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