Agência France-Presse
postado em 01/05/2014 10:46
Madri - Sob o lema "sem emprego de qualidade não há recuperação", milhares de pessoas protestaram nesta quinta-feira, Dia Internacional do Trabalho, em 70 cidades da Espanha, onde os sindicatos denunciam uma precarização trabalhista, apesar da incipiente reativação econômica. "Mãos para o alto, isto é um contrato" ou "Por nossos direitos", afirmavam os cartazes carregados pelos manifestantes que caminharam pelo centro de Madri entre sons de apitos e tambores, levando balões vermelhos e bandeiras sindicais.
[SAIBAMAIS]"A última reforma trabalhista e todas as medidas tomadas pelo governo para a estabilidade orçamentária só fizeram os trabalhadores perderem direitos", denunciava Jesús Huertas, funcionário de 48 anos, vestido com uma camiseta que dizia: "A dignidade é o salário". Determinado a diminuir um déficit público galopante, o governo conservador de Mariano Rajoy aprovou no início de 2012 um plano de austeridade com ajustes no valor de 150 bilhões de euros até o fim de 2014.
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Dois anos depois, o executivo se declara encorajado pelas mostras incipientes de reativação econômica, com um crescimento de 0,4% do PIB no primeiro trimestre, após as altas de 0,2% e 0,1% no quarto e terceiro trimestres de 2013, respectivamente. Esta leve melhora não se traduz, no entanto, no mercado de trabalho: a taxa de desemprego voltou a crescer na Espanha no primeiro trimestre, a 25,93%, perto de seu recorde histórico.
A mensagem otimista do governo provoca indignação entre a oposição de esquerda e os manifestantes. "Estou com o salário congelado há seis anos e ele foi diminuído em duas ocasiões", declarou Rosa Llorente, professora de educação infantil de 35 anos, denunciando o aumento do número de alunos nas aulas e uma sobrecarga de trabalho.