Agência France-Presse
postado em 01/05/2014 19:31
Miami - O ex-militante do grupo Panteras Negras que desviou um avião americano para Cuba há três décadas se declarou culpado da acusação de sequestro em um tribunal da Flórida para tentar reduzir sua condenação, informou o jornal "Miami Herald" nesta quinta-feira (1;/5).William Potts, de 57 anos, fez sua nova declaração nesta quinta, em uma corte de Fort Lauderdale para que a acusação inicial de pirataria aérea seja desconsiderada. Por esse crime, ele pode ser condenado a uma pena mínima de 20 anos na cadeia e máxima de prisão perpétua.
Agora, a juíza Robin Rosenbaum poderá levar em consideração os 13 anos que Potts passou em uma prisão em Cuba, segundo o acordo negociado entre a Defensoria Pública e a acusação, acrescentou o "Miami Herald" em sua versão on-line.
Embora o sequestro também possa levar à prisão perpétua, não impõe uma pena mínima.
A juíza Rosenbaum anunciará a sentença em 11 de julho.
Conhecido como "Tenente Spartacus" na época da militância do Panteras Negras, que lutava pela causa dos negros americanos, Potts retornou de Cuba em novembro de 2013, alegando que queria prestar contas com a Justiça local e voltar a ter contato com suas duas filhas que moram no país.
Ao voltar, ele se declarou inocente de pirataria aérea e teve sua liberdade negada sob fiança pela Justiça. Desde então, está recluso no centro de detenção federal de Miami.
Em 27 de março de 1984, em Nova York, ao embarcar no voo 337 de Piedmont Airlines, Potts entregou uma nota à aeromoça. Segundo o bilhete, se o avião não desviasse sua rota para Havana, ele ativaria os explosivos que levava consigo.
Ele foi preso ao chegar a Cuba.
Depois de cumprir sua pena, Potts começou uma nova vida na capital cubana. Casou-se e se converteu ao Islã.
"O ato de terrorismo que cometi me persegue todos os dias", disse Potts à rede CNN durante o voo que o levou de Havana para Miami em novembro passado.