postado em 03/05/2014 08:00
A crescente tensão no leste ucraniano alastrou-se ontem para o sul do país, no dia de maior violência entre rebeldes pró-Rússia e forças de segurança desde que irrompeu a rebelião contra o governo de Kiev. Em Odessa, na costa do Mar Negro, mais de 40 pessoas morreram em confrontos entre separatistas e partidários do governo, que terminou com o incêndio de uma sede sindical (leia mais abaixo). Em Slaviansk, um dos epicentros do levante pró-russo, uma ofensiva do Exército ucraniano resultou na morte de três rebeldes, dois civis e quatro soldados. Na mesma cidade, dois helicópteros militares MI-24, de fabricação russa, foram abatidos por separatistas, matando os dois pilotos.
De acordo com o Ministério do Interior ucraniano, o Exército conseguiu tomar nove postos de controle que estavam em poder dos separatistas. O presidente interino, Olexander Turchynov, pediu para Moscou interromper imediatamente ;a histeria, as ameaças e a intimidação;. Em resposta à investida do governo pró-ocidental de Kiev, cuja autoridade não reconhece, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, acusou-o de ;destruir a última esperança para a viabilidade do acordo de Genebra;, firmado há pouco mais de duas semanas. A chancelaria russa classificou a operação como ;uma catástrofe; e denunciou a presença de ;estrangeiros falando inglês; entre os combatentes.
Terminou sem resultados, à noite, uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocada a pedido de Moscou. Os embaixadores da Rússia e dos Estados Unidos trocaram acusações sobre quem é responsável pela escalada do conflito. O presidente norte-americano, Barack Obama, e a chanceler (chefe de governo) alemã, Angela Merkel, discutiram a crise em Washington. Obama reiterou a acusação feita pelo presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchynov, de que o Kremlin estaria armando os separatistas. ;O governo da Rússia insiste em tratar a situação como fruto de manifestações espontâneas, mas manifestantes espontâneos não derrubam helicópteros.;
;Sanções inevitáveis;
Merkel afirmou que Moscou desafia a ordem mundial do pós-Segunda Guerra, baseada no princípio da integridade territorial de todas as nações do continente. ;Depende dos russos o caminho que vamos seguir;, disse, ressaltando a importância das eleições gerais marcadas para este mês. ;Se não for possível estabilizar a situação, sanções (à Rússia) serão inevitáveis;, declarou.
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