Agência France-Presse
postado em 03/05/2014 17:58
Kinshasa - O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou neste sábado, em Kinshasa, que Rússia e Estados Unidos concordam em que a Síria deve evacuar sem demora seu arsenal restante de armas químicas."Nós discutimos (...) a evacuação em curso das armas químicas da Síria e (...) eu insisti no fato que nós temos de ver a evacuação desses últimos 8% que ficam perto de Damasco", declarou o secretário a um grupo de jornalistas, depois do telefonema com o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
"Nós concordamos sobre trabalhar em um certo número de pontos para tentar ver se é possível acelerar o processo, e está claro entre nós que o governo sírio não pode mais adiar as coisas", acrescentou Kerry, depois do telefonema com Lavrov.
[SAIBAMAIS]
"O regime (de Damasco) deve agir imediatamente para preparar a retirada dessas armas químicas que ainda faltam", acrescentou Kerry.
Em setembro de 2013, Washington e Moscou concluíram um acordo, aprovado pelas Nações Unidas, referente à destruição das armas químicas sírias. A assinatura do acordo descartou a perspectiva de uma intervenção militar americana contra o regime na Síria.
Damasco é acusado de ter lançado um ataque químico, perto de Damasco, que deixou centenas de mortos em agosto de 2013. O governo sempre negou ter sido autor da tragédia, responsabilizando os rebeldes.
Segundo o programa inicial de desarmamento, Damasco deveria ter retirado 700 toneladas de agentes químicos de categoria 1 e 500 toneladas de agentes da categoria 2, até 31 de dezembro e 5 de fevereiro, respectivamente.
O governo sírio justifica o atraso pela falta de segurança no país, em guerra há três anos. Já as potências ocidentais acusam Damasco de desacelerar o processo voluntariamente.
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O plano de desarmamento químico da Síria prevê que o arsenal desse país seja destruído até 30 de junho, em um navio especializado americano.
Em viagem pela África, Kerry chegou neste sábado a Kinshasa, onde se reúne no domingo com o presidente congolês, Joseph Kabila, antes de uma última etapa em Angola.