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Observadores da OSCE expressam 'profundo alívio' após libertação

"Nos últimos dias, existia uma ameaça crescente", devido às negociações muito duras entre a equipe encarregada de obter a libertação do grupo, e os combates que se aproximavam", declarou o coronel Schneider

Agência France-Presse
postado em 04/05/2014 08:11
Berlim - Os observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), mantidos como reféns durante oito dias por rebeldes pró-russos em Slaviansk, no leste da Ucrânia, manifestaram um profundo alívio depois de um cativeiro de alta tensão. Formado por quatro alemães, um dinamarquês, um tcheco e um polonês, o grupo chegou a Berlim nesse sábado à noite.

O avião alemão que levava os sete membros da equipe de inspetores da OSCE aterrissou às 15h58 (horário de Brasília), na parte militar do aeroporto Tegel de Berlim.

"Imaginem que, à noite, ainda estávamos no meio de tiroteios, e essa noite vimos de novo nossas famílias. Nunca teríamos acreditado nisso", declarou alguns minutos mais tarde e visivelmente emocionado o coronel alemão Axel Schneider, chefe da missão, aos vários jornalistas presentes. Mais cedo, o coronel Schneider expressou seu "profundo alívio" com o fim do cativeiro.

"Nos últimos dias, existia uma ameaça crescente", devido às negociações muito duras entre a equipe encarregada de obter a libertação do grupo, e os combates que se aproximavam - declarou ele no avião entre Donetsk e Kiev, segundo a gravação divulgada pelo Ministério alemão da Defesa. A tensão "chegou a ser praticamente insuportável", acrescentou.

[SAIBAMAIS]

Um dos cinco oficiais ucranianos transferidos para Kiev no avião alemão, o coronel do Estado-Maior ucraniano, Igor Turovski, garantiu que ninguém foi maltratado.

Em conversa com a imprensa em Donetsk, o major polonês Krzysztof Kobielski lembrou dos tiros perto do local de detenção, em um assalto das Forças Armadas ucranianas contra Slaviansk.

"Permanecemos jogados no chão. Ao nosso redor, havia pelo menos 100 pessoas armadas com facas, pistolas e armas automáticas", acrescentou. O coronel Schneider destacou a "notável disciplina" da equipe durante a detenção.

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"Não era uma equipe alemã, mas composto por várias nações, e ainda havia cinco oficiais ucranianos", explicou. "Sendo oficiais, cooperamos de forma muito disciplinada e concentrada. E isso nos permitiu aguentar esses dias", completou.

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