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Portugal deixa plano de resgate financeiro sem rede de segurança

País não pediu linha de crédito preventiva

Agência France-Presse
postado em 04/05/2014 20:33
Lisboa - Portugal sairá do plano de resgate financeiro, que expira em 17 de maio próximo, sem solicitar uma linha de crédito preventiva a seus sócios europeus, anunciou o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, neste domingo.

"O governo decidiu que sairemos do programa de ajuda sem recorrer a qualquer programa preventivo", declarou Passos Coelho, em discurso na televisão. Essa é a opção "que melhor defende os interesses de Portugal", justificou o premiê.

Portugal decidiu aplicar uma estratégia de saída do plano de ajuda e de retorno aos mercados sem recorrer a uma linha de crédito adicional, como fez a Irlanda em dezembro passado. Na última sexta, o governo anunciou que Portugal superou com sucesso a última análise de suas contas por parte da "troika" de credores formada por União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.

"A 12; avaliação foi superada, o que abre caminho para a conclusão do programa de ajuda", disse o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas. "Portugal poderá recuperar parte da soberania que lhe faltava", acrescentou Portas.

"A conclusão do programa está no bom caminho", afirmou a "troika" em um comunicado. "É o resultado de uma aplicação rigorosa, que, em alguns momentos, significou inevitáveis sacrifícios para a população portuguesa", completou. A aprovação dos credores de Portugal abre caminho para a entrega de um último cheque de EUR 2,6 bilhões, última parcela dos EUR 78 bilhões recebidos pelo país em maio de 2011, em troca de um duro programa de austeridade.



Tudo isso acontece em um contexto de melhoria econômica do país, sem que isso signifique o fim da austeridade. Para 2014, o governo prevê um crescimento de 1,2%, depois de uma recessão de 1,4% em 2013, menos severa do que o esperado. Outro sinal animador é que o déficit público foi reduzido para 4,9% do PIB, muito abaixo dos comprometidos 5,5%.

Na última quarta-feira, o governo apresentou sua estratégia orçamentária até 2018 e que confirma a política de austeridade. "Ao longo dos últimos três anos, as avaliações positivas da ;troika; e do governo se traduziram sempre em mais austeridade", criticou Eurico Brilhante Dias, porta-voz do Partido Socialista, principal partido de oposição ao governo de centro-direita.

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