postado em 06/05/2014 06:00
O temor de que a crise entre o governo de Kiev e separatistas pró-russos se encaminhe para uma guerra civil voltou a rondar ontem a Europa, em meio a combates que deixaram mortos e feridos em várias cidades do leste do país. A Rússia acusou os líderes ucranianos de ;violação em massa dos direitos himanos; e aletou que a escalada de violência pode comprometer a paz na Europa. As críticas, apresentadas em um documento oficial de política externa, foram rebatidas pelo presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchinov, que se disse alvo de uma guerra promovida por insurgentes. Às vésperas do feriado de 9 de maio, quando Ucrânia e Rússia comemoram a vitória sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, Turchinov disse esperar ;atos de provocação; em diversas regiões. A expectativa é de que o presidente russo, Vladimir Putin, participe das celebrações na Crimeia, recém-anexada à Federação Russa, acirrando ainda mais a tensão com os nacionalistas ucranianos.
O Conselho da Europa discutirá a crise em reunião marcada para hoje, em Viena. Os chanceleres da Ucrânia, Andrii Deshchytsia, e da Rússia, Serguei Lavrov, chegaram ontem à Áustria. Será a primeira vez que eles se encontram oficialmente desde a reunião de Genebra, de 17 de abril, quando foi assinado um acordo para conter a violência. Devem participar do encontro 30 ministros europeus, além do chanceler britânico, William Hague. Citado pela agência de notícias Reuters, o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, deu a entender que a crise está fora de controle. ;Estou convencido de que estamos enfrentando uma situação que assumiu dinâmica própria. Há grupos no leste da Ucrânia que não estão ouvindo nem a Kiev nem a Moscou;, alertou.
Diante do fracasso das iniciativas políticas, o governo ucraniano deslocou mais tropas para o leste e para a cidade de Odessa, no sul, onde, na sexta-feira, mais de 40 pessoas morreram (leia mais abaixo) em choques entre partidários de Kiev e de Moscou. A operação militar foi alvo de forte resistência em Slaviansk, um dos principais redutos pró-Rússia. De acordo com o Ministério do Interior, quatro soldados morreram ao ser emboscados por rebeldes nos arredores da cidade.
Um comandante insurgente citado pelo Wall Street Journal afirmou que mais de 20 combatentes também morreram na ofensiva. Usando armamento pesado, os separatistas derrubaram um helicóptero Mi-24, o quarto atingido em menos de uma semana. Autoridades de Kiev acusam os insurgentes de incendiar casas e usar civis como escudo contra o avanço das tropas. O ministro do Interior, Arsen Avakov, disse que o Exército vai controlar a situação, ;avançando pouco a pouco para o centro da cidade;. De acordo com o comandante da Guarda Nacional, Stepan Poltorak, os militantes pró-Rússia estariam encurralados no centro. As estradas da região estão bloqueadas pela tropa.
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