Jornal Correio Braziliense

Mundo

CIDH pede suspensão de execuções de condenados à morte em Oklahoma

Na semana passada, um condenado deveria ter sido executado com uma série de injeções letais, mas o uso de novas substâncias e a aplicação incorreta fez com que ele agonizasse até morrer por um ataque cardíaco

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu nesta terça-feira (6/5) que o estado americano de Oklahoma suspenda as execuções de condenados à morte até que seja investigado o episódio da semana passada, quando um réu agonizou por mais de meia hora.

Em uma nota, a CIDH convocou "os Estados Unidos e o estado de Oklahoma a realizarem uma investigação independente e imparcial" sobre o ocorrido no dia 29 de abril e a "suspenderem as execuções até que o protocolo de execução do estado tenha sido revisado na íntegra".

"A CIDH condena a morte agonizante de Clayton Lockett e lembra aos Estados Unidos sua obrigação internacional de não impor penas cruéis ou inusitadas a pessoas sob sua jurisdição", expressou a Comissão, ente autônomo da OEA.

Na última quarta-feira (30/4), Lockett deveria ter sido executado com uma série de injeções letais, mas a utilização de novas substâncias e sua aplicação incorreta provocou um espetáculo de horror, no qual o condenado agonizou até morrer por um ataque cardíaco.

De acordo com o protocolo de execução, primeiro é injetado um sedativo, posteriormente, um paralisante e, por fim, uma droga que provoca uma parada cardíaca.



No entanto, Lockett se debateu durante todo o processo até que uma autoridade penitenciária pediu a interrupção da execução. No entanto, o condenado faleceu pouco depois, após 43 minutos de agonia.

"Embora a maioria dos Estados membros da Organização dos Estados Americanos tenha abolido a pena de morte, uma minoria considerável a mantém. Os Estados Unidos são atualmente o único país do hemisfério ocidental a aplicar execuções", lembrou a CIDH.