Agência France-Presse
postado em 07/05/2014 10:04
Hanói - Navios chineses encarregados de proteger uma plataforma petrolífera em águas disputadas no mar da China Meridional utilizaram canhões de água contra patrulhas vietnamitas e feriram seis pessoas, denunciou Hanoi nesta quarta-feira (7/5).[SAIBAMAIS]A tensão entre os dois regimes comunistas aumentou desde que Pequim anunciou unilateralmente, na semana passada, que instalaria uma plataforma petrolífera em águas litigiosas. A decisão foi considerada uma provocação por Washington, aliado de Hanoi. O Vietnã mobilizou navios-patrulha depois que Pequim advertiu que realizaria extrações em uma área do mar da China Meridional próxima às Ilhas Paracelso, controladas pela China, mas reivindicadas pelo Vietnã. Hanoi considera que a decisão de seu vizinho é "ilegal" e pede que a plataforma seja retirada.
Ngo Ngoc Thu, subcomandante da polícia marítima vietnamita, declarou nesta quarta-feira à imprensa que os navios chineses tiveram ao menos três incidentes com barcos vietnamitas desde que Pequim fez seu polêmico anúncio, no dia 3 de maio. Além disso, um avião chinês voou baixo sobre patrulhas enviadas pela polícia vietnamita. Segundo Ngo Ngoc Thu, os chineses "utilizaram canhões de água para atacar os navios vietamitas", criando "uma situação muito tensa", com um saldo de seis feridos do lado vietnamita.
O funcionário declarou que seu país não enviou navios militares à zona, apenas a guarda-costeira e policiais, mas destacou que sua paciência é limitada e que, se a China "continuar nos atacando, teremos que adotar medidas de autodefesa". A China reivindica sua soberania em quase todo o mar da China Meridional, que, segundo se acredita, abriga grandes reservas de petróleo e gás. Mas outros países afirmam ter direitos soberanos nesse mar, como Taiwan, Brunei, Malásia, Filipinas e Vietnã.
Uma porta-voz da chancelaria chinesa, Hua Chunying, reiterou nesta quarta-feira que a plataforma está dentro de águas territoriais chinesas. "As atividades perturbadoras do Vietnã são uma violação dos direitos soberanos da China", disse.