Mundo

Milhares de iranianos protestam contra desrespeito ao código de vestimenta

Lei islâmica obriga as mulheres a usar em público roupas largas e um hijab, um véu cobrindo a cabeça e o cabelo

Agência France-Presse
postado em 07/05/2014 15:59
Estilo de Véu ou
Teerã - Milhares de iranianos protestaram em Teerã nesta quarta-feira (7/5) para denunciar o que consideram um desrespeito ao código de vestimenta imposto às mulheres no país, informou a imprensa oficial. A lei islâmica em vigor desde a Revolução de 1979 obriga as mulheres a usar em público roupas largas e um hijab, um véu cobrindo a cabeça e o cabelo.

"Cerca de 4.000 manifestantes pediram que as autoridades analisem a situação do hijab e da castidade na sociedade", indicou a agência de notícias oficial Irna sobre a manifestação que ocorreu em frente à sede do Ministério do Interior.

[SAIBAMAIS]Homens e mulheres participaram do protesto, de acordo com fotos publicadas pela imprensa. "Preservar a castidade pública, respeitar o hijab islâmico e a segurança moral são questões cruciais que não devem ser esquecidas sob o pretexto de sanções econômicas ou uma mudança de governo (...) Há pessoas que ignoram completamente o hijab islâmico", denunciaram os manifestantes em um comunicado.



Segundo a agência Fars, a manifestação terminou pouco depois de o chefe de polícia de Teerã, Hossein Sajedinia, comparecer ao local e pedir o fim do protesto.

O governador da província de Teerã, Hossein Hashemi, declarou que a manifestação era ilegal porque não tinha sido autorizada pelo Ministério do Interior. "Aqueles que querem evitar o vício não deveriam cometer tal violação (da lei)", disse à agência de notícias Isna.

Entre as forças policiais iranianas há uma unidade de "moralidade", responsável por garantir que as mulheres na rua respeitem o código de vestimenta. Detenção e prisão são comuns para esse tipo de violação.

O presidente Hassan Rohani, um moderado eleito em junho de 2013, pediu em outubro que a polícia fosse tolerante com o hijab.

Rohani, apoiado pelos reformistas, por moderados e por alguns conservadores, fez campanha antes de sua eleição por maior liberdade cultural e social na República Islâmica.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação