Agência France-Presse
postado em 08/05/2014 09:17
Washington - A estudante paquistanesa Malala Yousafzai, que sobreviveu a uma tentativa de assassinato dos talibãs, afirmou que considera as mais de 200 adolescentes sequestradas por islamitas na Nigéria como suas irmãs. Em uma entrevista ao canal CNN exibida na quarta-feira (7/5) à noite, Malala afirmou que o grupo extremista Boko Haram, responsável pelo sequestro em massa, não entende o islã e não estudou o Alcorão.
"Eles não utilizam corretamente o nome do islã porque esqueceram que a palavra islã significa ;paz;", afirmou Malala. "Quando soube que estas meninas haviam sido sequestradas na Nigéria me senti muito triste, pensei que minhas irmãs estavam na prisão e que deveria falar em seu favor", completou a adolescente.
Malala sobreviveu a um tiro na cabeça de um extremista que tentou assassiná-la em 2012 por sua militância a favor da educação das meninas em sua região natal do noroeste do Paquistão. Depois de receber tratamento médico intensivo, Malala, que agora tem 16 anos, se mudou para a Grã-Bretanha.
A jovem paquistanesa declarou que os atos do Boko Haram são abomináveis. "Como podem prender suas próprias irmãs e tratá-las tão mal?", perguntou, em referência às ameaças do grupo de vender as meninas como escravas. "Eles ainda não estudaram o islã, ainda não estudaram o Alcorão", insistiu. Vários países ofereceram ajuda a Nigéria para procurar as adolescentes. O sequestro provocou uma onda de indignação internacional.