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Polícia invade acampamentos de protesto na Venezuela e prende 243 pessoas

O governo justificou a operação alegando que os locais eram usados como esconderijos de grupos "violentos" que cometiam atos "terroristas"

Agência France-Presse
postado em 08/05/2014 11:31
Caracas - Unidades policiais invadiram na madrugada desta quinta-feira (8/5) quatro acampamentos de protesto de estudantes opositores em diferentes pontos de Caracas, o principal deles perto do escritório da ONU, e prenderam 243 pessoas. O ministro do Interior, general Miguel Rodríguez Torres, justificou a operação alegando que os acampamentos eram usados como esconderijos de grupos "violentos" que cometiam atos "terroristas".

Guarda nacional da Venezuela desmantela acampamento de manifestantes anti-governo na frente de escritórios da ONU, em Caracas
"A operação teve início às três da madrugada (...) existiam evidências de que destes locais estavam saindo os grupos mais violentos para cometer atos terroristas: incendiar patrulhas da polícia, enfrentar com coquetéis molotov e com armas as forças de segurança", disse o ministro. Desde fevereiro, a Venezuela é cenário de protestos, os mais violentos em fevereiro e março, que deixaram 41 mortos. As manifestações são chamadas pelo governo do presidente Nicolás Maduro de "tentativa de golpe de Estado".



No último mês, além de passeatas e incidentes esporádicos, a maioria dos protestos se concentrou em diferentes acampamentos de jovens em Caracas, o principal deles instalando diante dos escritórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), onde centenas de jovens montaram barracas e cortaram três das seis pistas de uma avenida. O ministro do Interior disse que durante a operação foram "apreendidas drogas, armas, explosivos, morteiros, gás lacrimogêneo, tudo o que utilizam diariamente para enfrentar as forças de segurança".

Uma equipe da polícia científica seguiu para os acampamentos para "levantar todas as evidências, classificá-las e apresentá-las ao tribunal correspondente para que se indicie quem deve ser indiciado e para que sejam adotadas as medidas do ponto de vista judicial", completou. "Os detidos foram levados para a sede da Polícia Nacional Bolivariana e outros para (a unidade militar de) Forte Tiuna", disse a advogada e ativista dos direitos humanos, Elenis Rodríguez.

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