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Estudantes chilenos protestam desconfiados com reforma de Bachelet

Os números de participantes no protesto varia de 23 mil pessoas (segundo a polícia), a mais de 80 mil, (de acordo com os organizadores)

Agência France-Presse
postado em 08/05/2014 16:05
Milhares de estudantes chilenos protestavam nesta quinta-feira (8/5) pelo centro de Santiago na primeira marcha estudantil sob o governo de Michelle Bachelet, desconfiados com a reforma educacional prometida pela presidente.

O protesto, convocado por confederações de estudantes universitários e de ensino médio, partiu da praça Itália, no centro de Santiago, com 23 mil pessoas, segundo a polícia, e mais de 80.000, de acordo com os organizadores.

"Voltar às ruas nos deixa felizes, não vamos parar até que nossas demandas sejam ouvidas, não importa quem esteja no governo", declarou Claudia, uma das participantes.

Repetindo os mesmos slogans dos últimos três anos pedindo uma educação pública gratuita e de qualidade, estudantes de ensino médio de uniforme e universitários marchavam pacificamente ao ritmo de tambores com cartazes pedindo uma mudança no sistema.

Trata-se do primeiro protesto estudantil sob o governo de Bachelet, realizado em meio à desconfiança dos estudantes pela reforma educacional que a presidente pretende implementar, e que promete acabar com o lucro e a seleção escolar.

Segundo os líderes estudantis - que já se reuniram com o ministro da Educação -, os poucos detalhes conhecidos da reforma não deixam claro se resolverão suas demandas de gratuidade e qualidade na educação.



"O governo não foi claro, sua reforma ainda é desconhecida para nós, ficamos desconfiados que não exista clareza", declarou à AFP Oscar Soto, aluno da Universidade do Chile, que participa do protesto.

Os estudantes voltaram a marchar em frente ao Palácio de La Moneda, dois anos após o ex-presidente de direita Sebastián Piñera proibir a passagem dos protestos em frente à casa de governo.

A última manifestação dos estudantes ocorreu no dia 5 de setembro do ano passado, sob o governo de Piñera.

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