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Solís assume o poder na Costa Rica com o peso da expectativa de mudança

Até pouco tempo desconhecido para os costa-riquenhos, Solís chega ao poder com a histórica porcentagem de 78% de apoio nas urnas

postado em 08/05/2014 17:22
O historiador Luis Guillermo Solís assumiu nesta quinta-feira a presidência da Costa Rica com a responsabilidade de altíssimas expectativas de mudança de uma população que deseja uma postura implacável com os corruptos e combate à desigualdade social.

Solís, de 56 anos, recebeu a faixa presidencial passada por Laura Chinchilla para governar o país por quatro anos, em uma cerimônia no Estádio Nacional, com a presença dos presidentes da Bolívia, Equador, Guatemala, Honduras, Panamá, República Dominicana, além do presidente eleito de El Salvador, do vice-presidente da Venezuela e do príncipe Felipe de Bourbon.

De terno escuro, Solís, que participou da cerimônia com sua esposa, seus seis filhos e seu pai, fez o juramento sobre a Constituição, ovacionado por milhares de cidadãos que gritavam no estádio.

[SAIBAMAIS]"O povo apostou na mudança, tem grandes esperanças e expectativas que devemos saber administrar", disse o presidente do Congresso, Henry Mora, em seu discurso de juramento.

Até pouco tempo desconhecido para os costa-riquenhos, Solís, que também é acadêmico e cientista político, chega ao poder com a histórica porcentagem de 78% de apoio nas urnas, prometendo colocar em prática um novo modelo de desenvolvimento neste país com de 4,5 milhões de habitantes, uma das democracias mais antigas e sólidas da América Latina.

Pela primeira vez em 60 anos, chega ao poder um partido não tradicional, o Partido de Ação Cidadã (PAC, centro), fundado há 13 anos para romper o bipartidismo formado pelo Partido de Libertação Nacional (PLN) -social-democrata que abraçou o neoliberalismo- e outra força conservadora.



Nas eleições de 6 de abril, Solís esmagou o candidato oficial, que além de seus próprios desacertos também sofreu o desgaste de dois governos consecutivos do Partido de Libertação Nacional (PLN) e a impopularidade -de mais de 60%- com que Chinchilla deixa seu mandato.

Abalado por escândalos de corrupção, o governo de Chinchilla, primeira mulher a presidir a Costa Rica, deixa como legado para seu sucessor um país com problemas de infraestrutura, uma dívida interna de 60% do PIB e um déficit fiscal de 6%.

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