Agência France-Presse
postado em 10/05/2014 13:18
Morelia - As milícias que se levantaram contra o tráfico de drogas no estado mexicano de Michoacan (oeste) enfrentam neste sábado um ultimato do governo para entregar as armas e, eventualmente, se inscrever nas forças legais, no momento em que o movimento armado está profundamente dividido.Diante de uma demanda de mais de 3.300 militantes que pediram para se juntar às forças rurais de Michoacan, as autoridades se apressam para entregar-lhes novos uniformes para treinar as tropas em Buenavista e Tomatlán, dois dos principais municípios que pegaram em armas há um ano para resistir a extorsão, sequestro e assassinato praticados pelo cartel de narcotráfico Cavaleiros Templários.
[SAIBAMAIS]O governo federal, que tolerou até este momento as milícias paramilitares, advertiu que qualquer pessoa que seja apanhada portando armas ilegais será presa a partir de agora. O surgimento do movimento armado, que se espalhou para 30 comunidades em todo o estado, despertou temores sobre sua possível transformação em uma força paramilitar perigosa.
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O presidente Enrique Peña Nieto, que destacou para a zona milhares de soldados e policiais no ano passado para acabar com o conflito, defendeu a desmobilização das milícias. "É um acordo e espero que seja cumprido", disse o presidente, que enfrenta um dos seus maiores desafios de segurança.
Esta desmobilização acontece em meio a uma profunda divisão do movimento armado de auto-defesa, com um de seus fundadores preso e outro destituído, e com constantes acusações entre os milicianos por suspeita de ligações com o crime organizado.
Além disso, as autoridades encontraram numerosos casos de traficantes infiltrados nas milícias. Nesta sexta-feira, 135 "pseudo-integrantes" das autodefesas foram presos em La Mira, uma cidade perto do porto de Lázaro Cárdenas (Pacífico), depois de participar em um tiroteio com soldados, disse à AFP uma fonte oficial.