Agência France-Presse
postado em 11/05/2014 21:36
Vilnius - A chamada "dama de ferro" da Lituânia, presidente Dalia Grybauskaite, emergiu como a clara líder das eleições presidenciais, este domingo, após a divulgação dos resultados do primeiro turno, mas terá disputar o segundo turno, anunciou a comissão eleitoral. O segundo turno será celebrado em 25 de maio.Faixa-preta de caratê e de fala direta, conhecida pela linha dura contra uma Rússia ressurgente, a candidata à reeleição obteve 45,7% dos votos contra 13,7% para o social-democrata Zigmantas Balcytis, após a contagem de 95,7% dos votos.
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[SAIBAMAIS]Ao contrário das previsões de vários analistas, a presidente lituana não conseguiu ultrapassar a barreira dos 50% dos votos necessários para ser eleita no primeiro turno.
A "dama de ferro" báltica parece ter sido beneficiada de sua firmeza no trato com a poderosa vizinha, Rússia, na crise ucraniana, uma vez que estas presidenciais coincidem com uma escalada de inquietação suscitada na Lituânia pelo comportamento russo e seu poderia militar crescente nas fronteiras desta antiga república soviética.
A participação no pleito foi de 52% do eleitorado, enquanto tradicionalmente não costuma superar os 50%. "Apesar de uma campanha morna, a participação foi alta, muito provavelmente porque os eleitores ficaram inquietos com a agressão russa na Ucrânia", declarou à AFP Kestutis Girnius, analista da Universidade de Vilnius.
"A presidente Grybauskaite se colocou como uma mulher política em melhor posição para defender a Lituânia. Muitos indecisos acabaram finalmente decidindo votar nela", acrescentou.
Durante a campanha, Grybauskaite não mediu as palavras ao se declarar "pronta a pegar em armas ela mesma para defender o país se a segurança nacional necessitasse".
"O futuro da Lituânia depende da decisão que cada cidadão lituano tomar hoje", afirmou ao inserir seu voto na urna, este domingo.
No fim de abril, a presidente em fim de mandato recebeu tropas americanas, enquanto a Otan reforçou sua presença no país báltico que passou cinquenta anos sob ocupação soviética até 1991, antes de se unir, em 2004, à Otan e à UE.