Kinshasa - O coronel Jules Mutebusi, ex-chefe de guerra que participou da breve tomada de Bukavu, em 2004, uma importante cidade do leste da República Democrática do Congo (RDC), morreu em Ruanda, noticiou nesse domingo uma fonte da família.
"Ele faleceu na noite de sexta-feira em um hospital de Kigali. Ele tinha 54 anos. Poderia se dizer que a causa foi uma doença, pelo menos é o que Ruanda afirma", disse à AFP um tio paterno do coronel, que pediu para ter sua identidade preservada.
Segundo a esposa do coronel, ele tinha saído para fazer suas atividades esportivas habituais quando se sentiu mal, caiu em coma e foi internado em um hospital.
Consultado pela AFP, o porta-voz do governo, Lambert Mende, confirmou a morte. "Estava doente há algum tempo (...) Não nos enviaram o boletim médico, mas políticos de seu entorno falaram de Aids", disse.
Esta afirmação não convenceu a família, que por meio do tio mencionou sua "preocupação com as circunstâncias em que aconteceu a morte", visto que Mutebusi passou dez anos no exílio e esteve em prisão domiciliar em Kigali.
Além disso, afirmou que o coronel dizia estar em perigo, em particular porque "não via utilidade em apoiar o Movimento 23 de março". Segundo especialistas da ONU, esta rebelião, essencialmente tutsi congolesa, que capitulou no começo de novembro, era apoiada por Ruanda e Uganda, o que os países desmentem. O enterro do oficial será celebrado até a terça-feira.