Agência France-Presse
postado em 12/05/2014 07:40
Cairo - Abdel Fatah al Sisi, favorito às presidenciais egípcias após a destituição do islamita Mohamed Morsy, voltou a prometer que vai solucionar os problemas do Egito "em dois anos", acrescentando que se retirará se manifestações maciças reivindicarem sua partida após as eleições.Al Sisi, considerado ;a priori; o franco vencedor da consulta dos dias 26 e 27 de maio contra um adversário único, o líder da esquerda Hamden Sabahi, goza de grande popularidade, após o anúncio, em julho passado, da saída de Morsy (primeiro presidente eleito democraticamente) após manifestações maciças contra o presidente islamita, cujos partidários foram em seguida reprimidos violentamente.
[SAIBAMAIS]
"Se as coisas transcorrerem como previsto, os egípcios verão uma melhora daqui a dois anos", afirmou em entrevista à filial em árabe da rede de TV britânica Sky News, difundida no domingo, insistindo em que "os problemas serão resolvidos no período de dois anos".
Consultado sobre o destino de seus antecessores, Hosni Mubarak, deposto por uma revolta popular em fevereiro de 2011, e Morsy, destituído em julho passado pelo exército, o marechal declarou: "se o povo se manifestasse contra mim, perguntaria, o que quer? Não esperaria que o Exército interviesse".
Após a repressão implacável contra os islamitas defensores de Morsy, que deixou mais de 1.400 mortos e 15.000 detenções, além da condenação à morte de centenas de pessoas, preferiu não comentar este último, que despertou a ira internacional, destacando a "independência da justiça".
Com relação à Irmandade Muçulmana, de Morsy, declarada organização "terrorista", Al Sisi disse não ter nenhuma "animosidade" contra o movimento islamita, mas disse que "deram uma imagem de si próprios que convenceu os egípcios de que não podiam conviver mais com eles". No entanto, à TV egípcia, dias atrás, disse que se fosse eleito presidente "não haverá mais Irmandade Muçulmana" no país.