Agência France-Presse
postado em 12/05/2014 16:36
La Paz - Uma multidão ensandecida queimou vivo um suspeito de assassinato, no segundo episódio desse tipo em menos de um ano na região noroeste da Bolívia, de acordo com uma fonte policial."Essa pessoa, que havia sido presa, foi agredida e linchada" por moradores de Palos Blancos, zona agrícola e de extração de ouro 220 km a noroeste da capital Laz Paz, informou a jornalistas o comandante-geral da Polícia, coronel Walter Villarpando.
Em agosto do ano passado, na mesa região, centenas de pessoas queimaram vivo, dentro de um carro, um acusado de assassinato. Desta vez, uma multidão reunida na noite de domingo em uma praça da cidade amarrou o suposto homicida, de 35 anos, em um poste e ateou fogo no suspeito, segundo Villarpando.
O linchamento é uma distorção da justiça comunitária, prática antiga entre os povos indígenas na Bolívia e prevista na Constituição. A legislação boliviana não permite pena de morte.
Para a Defensoria do país, os linchamentos são resultado da "profunda crise do sistema judiciário e do estado de indefesa dos cidadãos, diante do aumento da criminalidade", segundo o último relatório do órgão sobre Direitos Humanos.
A Constituição boliviana determina que os instigadores e participantes de linchamentos sejam processados, mas eles geralmente são protegidos por sua comunidade.