Agência France-Presse
postado em 12/05/2014 19:14
Buenos Aires - As presidentes do Chile, Michelle Bachelet, e da Argentina, Cristina Kirchner, deram novo impulso nesta segunda-feira (12/5) em Buenos Aires a um ambicioso plano de obras em estradas e ferrovias na Cordilheira dos Andes. O plano fomentará o comércio bilateral e os vínculos entre América do Sul e Ásia.
A amizade pessoal e a simpatia política que voltaram a ser manifestadas por Bachelet e Kirchner. Elas assinaram no Salão das Mulheres da Casa Rosada uma série de convênios, entre eles o que reativa o Tratado de Maipú, assinado por ambas em 2009 para melhorar a união física argentino-chilena.
"Queremos duplicar a conexão com a Argentina e com os países fronteiriços", disse a presidente chilena em sua primeira missão ao exterior desde que assumiu em março.
"Sabemos ambas que o vínculo com o Chile é transcendental para uma competitividade maior da economia regional. Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil precisam transportar mercadorias para a zona mais dinâmica do mundo, como é a Ásia, através do Chile e do Pacífico", disse Kirchner.
Mercosul unido à Aliança do Pacífico
Recebida na porta da sede presidencial argentina por Kirchner, e com todas as honras militares, Bachelet defendeu "um novo impulso ao Tratado de Maipú e a relação da Aliança do Pacífico com o Mercosul".
A Aliança do Pacífico é o bloco integrado por Colômbia, Chile, México e Peru, que em 2012 concordaram em liberar 92% de seu comércio e em entrar unidos nos mercados asiáticos.
As obras do Tratado de Maipú, em etapa de planejamento, incluem um túnel transandino ferroviário de baixa altitude chamado ;Aconcagua; e o túnel binacional ;Água Negra;, entre outras medidas na fronteira comum de cerca de 5 mil km.
Os laços de Bachelet com Kirchner contrastam com a indiferença bilateral que se impôs durante o mandato do ex-presidente chileno Sebastián Piñera (2010-2014), mais afastado ideologicamente da presidente argentina.
Durante a coletiva de imprensa foram evitados com diplomacia os temas sensíveis, como o pedido de extradição do Chile pelo ex-guerrilheiro chileno Galvarino Apablaza, acusado de sequestro e de assassinatos em 1991 e que vive em Buenos Aires desde 1993, agora com três filhos argentinos.
"É um assunto da justiça", respondeu laconicamente Kirchner, que há quatro anos se manifestou disposta a conceder refúgio político a Apablaza.