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Obama pressiona por reforma migratória antes de eleições de novembro

Presidente disse que a opinião pública apoia a reforma do sistema migratório, mas que "um punhado de congressistas republicanos" está bloqueando a legislação para evitar que seja votada em plenária

Agência France-Presse
postado em 13/05/2014 18:34
Presidente dos Estados Unidos afirma que o atual sistema migratório americano
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lembrou nesta terça-feira (13/5) que o país tem pouco tempo para fazer a Câmara dos Representantes aprovar a reforma migratória antes das eleições de meio de mandato em novembro próximo.

"Temos esta janela pequena. Quanto mais perto das eleições, mais difícil fica", comentou Obama. "É difícil acreditar que este lugar (Washington) possa ficar ainda mais disfuncional", continuou. "É muito difícil bem antes de uma eleição... Temos uma janela de dois, três meses para fazer a coisa andar na Câmara dos Representantes", declarou o presidente, em um discurso improvisado feito na Casa Branca.

No ano passado, o Senado americano aprovou uma ambiciosa reforma do sistema migratório, que levaria à regularização gradual da situação de cerca de 11 milhões de imigrantes. Mas, desde então, o projeto continua paralisado e não há muitas esperanças de que avance na Câmara, controlada pela oposição republicana.

O presidente disse que a opinião pública apoia a reforma do sistema migratório, mas que "um punhado de congressistas republicanos" está bloqueando a legislação para evitar que seja votada em plenária. Vários líderes da oposição "estão se dando conta de que bloquear a reforma migratória não é uma boa ideia", destacou.

De acordo com Obama, pesquisas mostram que cerca de 80% dos imigrantes em condição clandestina nos Estados Unidos vivem há mais de dez anos no país e, por isso, já estão "entrelaçados no nosso tecido social".

O atual sistema migratório americano "está falido e torna mais difícil que as forças da ordem façam seu trabalho. Nosso sistema é injusto com os trabalhadores, injusto com os negócios e injusto com as forças da ordem", defendeu o presidente.

No discurso, Obama alegou que uma reforma migratória é importante "para o futuro econômico e cultural, para a posição americana no mundo e para a segurança".

Na segunda-feira, o presidente da Câmara, o republicano John Boehner, disse que uma das dificuldades para submeter a reforma à votação é que seu partido não confia na disposição de Obama de cumprir a lei. Boehner insistiu na proposta de seu partido de desmembrar o texto do projeto e discutir parte a parte, a começar pela segurança na fronteira.

Em novembro, os americanos irão às urnas para renovar todas as 435 cadeiras da Câmara e um terço das 100 vagas do Senado.

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